terça-feira, 18 de novembro de 2008

A Política

Nem todos os que ostentam o Poder o fazem de uma maneira legítima, posto que muitos regimes sejam mais totalitários que democráticos. No geral, a política é imperfeita porque está condicionada por uma busca do poder temporal e pelo desejo de defender interesses pessoais ou corporativos e isso acontece em todos os níveis.
A forma mais alta de política é o humanismo espiritualista porque faz do homem o centro das preocupações e põe o poder temporal a serviço dos mais nobres ideais. É fácil comprovar que as aquisições mais positivas que tiveram lugar no curso da história, foram realizadas por pessoas que tinham um profundo respeito pela dignidade humana.
No apogeu das grandes civilizações do passado, na Grécia Antiga, por exemplo, quem ocupava os cargos públicos eram também grandes filósofos. Sólon, governador de Atenas, histórico como legislador e como fundador da democracia, considerado um dos sete sábios gregos, é autor da máxima de que “é preciso usar a justa medida em todas as coisas”. Pitágoras, reconhecido por sua sabedoria, foi um grande legislador do seu tempo e propôs os fundamentos de um idealismo político baseado no perfeito equilíbrio entre a noção de direito e de dever.
Isto significa que a política deveria ser uma extensão da filosofia, uma aplicação do “amor à sabedoria”, ao bem comum. Evidentemente, estamos bem longe deste estado, mas devemos ter confiança no porvir da humanidade.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A Verdade

A Verdade é inalterável em seu princípio filosófico desde o começo do mundo. Na prática, muitos conceitos formados, pelas interpretações do ser humano no passado, passaram a ter nova conotação depois das descobertas da ciência.
O filósofo grego Aristóteles no século IV a.C. já defendia a teoria do geocentrismo, confirmada pelo astrônomo Ptolomeu no século II d.C., afirmando que a Terra ocupava o centro do universo. Esta tese foi aceita durante muitos séculos, apesar de que o grego Aristarco de Samos já no século III a.C. propunha a teoria do heliocentrismo, dizendo que era o Sol que ocupava o centro do universo e não a Terra. Todavia esta tese do heliocentrismo só foi sustentada, bem mais tarde, pelo astrônomo polonês Nicolau Copérnico no século XV e pelo astrônomo italiano Galileu Galilei no século XVI. Enquanto que, no século XVII, a lei do Kepler dizia que os planetas em órbita ao redor do Sol, giravam em forma de elipse e não em circunferência.
Para a Verdade não se aplica o ditado “Cada cabeça uma sentença”, porque ela não pode ser fragmentada. A Verdade é uma só, eterna e imutável, o que muda são as interpretações de cada ser humano. Só pode ter acesso à Verdade Única quem transcende as limitações da mente, vence o próprio ego e estiver liberto da ilusão da matéria.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A Tradição

A Tradição foi a fonte que deu origem a todas as ordens esotéricas ou iniciáticas do Ocidente. É comum a referência à Tradição com outras denominações, tais como: Ciência Primordial, Ciência Arcaica, Tradição Primordial, Ciência Sagrada, etc. A Tradição é a ciência que se originou na Atlântida e que melhor foi preservada no Egito, embora fragmentos desse conhecimento tenham se espalhado por todo o mundo. A preservação da Tradição ao longo do rio Nilo foi possível em virtude da civilização egípcia ter sido criada pelos Atlantes e por eles ter sido conduzida, durante milhares de anos, no período que os egípcios denominaram como “tempo dos deuses”.
A Tradição, no Egito, da mesma forma como se fazia na Atlântida, ficou preservada nos Templos, que eram grandes complexos culturais e místicos. Alguns destes templos, os mais importantes, gravitaram em torno de um “mistério”, sendo, por isso, denominados como “Escola de Mistério” ou “Escola de Sabedoria”.
A partir de 1400 a.C. as escolas de sabedoria do Egito foram unificadas, por iniciativa do faraó Akenaton, passando a constituir uma só entidade, conhecida por “Fraternidade Egípcia”. A unificação destas escolas foi um importante fator para a preservação da Tradição, bem como para a sua expansão entre as nações vizinhas ao Egito. Ramos dessa Fraternidade foram criados na Grécia, na Síria, na Palestina, na Fenícia, na Babilônia, na Itália, na Pérsia e em outras nações do Mediterrâneo e do Oriente.
Os Essênios foi um destes ramos estabelecido na Palestina, tendo sido o complexo do Monte Carmelo um grande centro cultural e místico, onde Jesus teve sua formação básica até os 13 anos. Os Terapeutas foi outro ramo estabelecido na Alexandria e na Grécia, que através de Pitágoras teve grande penetração no sul da Europa. A Ordem Rosacruz se inspirou em Akenaton, que foi um dos grandes mestres da Ciência Sagrada e que, com sua ousada investida contra o clero de Amon-Rá, tentou fazer com que todo o Egito retornasse aos princípios sagrados originais do qual haviam se desviado. Portanto, todas essas escolas de sabedoria são originárias da Fraternidade Egípcia, que foi a guardiã e difusora da Ciência Sagrada, ou seja, da Tradição.

sábado, 23 de agosto de 2008

Instrução Moral

Platão, o fervoroso discípulo de Sócrates, já insistia na importância fundamental da instrução moral e do valor do bom exemplo, sendo que em um de seus discursos, ele concluiu nos seguintes termos: “Quando os governantes abusam de seu poder; quando os pais se habituam a deixar os filhos sem disciplina; quando os filhos não prestam atenção a suas palavras; quando os mestres tremem diante de seus alunos e preferem bajulá-los; quando, finalmente, os jovens desprezam as leis e a moral porque não reconhecem acima deles a autoridade de nenhuma coisa ou pessoa, então surge ali em toda a beleza e em toda juventude, o nascimento da tirania”.
É indispensável que aqueles que detêm o poder, em qualquer nível, sejam exemplos de moralidade para os povos que governam. E em matéria de moral, a educação tem um papel essencial. Na realidade, é fácil compreender que a humanidade de amanhã será a imagem do que as crianças de hoje farão. Por conseqüência, é óbvio que se não as educarmos no respeito às coisas, seres e valores éticos mais nobres, no sentido místico do termo educar, elas perderão de vista o próprio propósito de sua existência.
É neste sentido que os buscadores do conhecimento e da verdade, têm muita responsabilidade perante a sociedade, principalmente através do nosso bom exemplo.

terça-feira, 15 de julho de 2008

O Silêncio Conceitual

Existe uma interessante relação etimológica entre os termos iniciação, mistérios, segredos e silêncio. Desde que o ser humano deixou de ser nômade, após o desenvolvimento da agricultura e das primeiras civilizações, surgiram as chamadas comunidades místicas, que tentavam interpretar os fenômenos naturais através de teorias esotéricas. Por derivação destas, na seqüência, apareceram as sociedades iniciáticas. A admissão a estas instituições ocorria a partir de um ritual de passagem, conhecido como iniciação, palavra que deriva do latim, significando a aquisição de novos conhecimentos restritos às pessoas em geral.
Nas sociedades iniciáticas, durante as cerimônias de iniciação, para aqueles que eram convidados a participar, eram revelados os mistérios, ou seja, as condutas, princípios e métodos de trabalho que não podiam ser de conhecimento livre do restante da comunidade. Mistério é um termo que vem do grego, que se traduz por “boca fechada” em relação a algo que é conhecido por poucos e estranho à maioria das pessoas.
Estes ensinamentos, repassados aos iniciados, eram classificados como segredos. Esta palavra se origina do latim, que denomina aquilo que deve ser tratado em separado, ou seja, que não integra o universo de conhecimento geral. Segredo é tudo que se deve ocultar dos que não apresentam condições morais ou intelectuais para conhecê-los, e que assim pode ser mal-interpretado por estas pessoas despreparadas. Segredo é tudo que outros não sabem sobre nós, ou que pelo menos não deveriam saber, se respeitarmos o sentido do vocábulo.
Percebemos que os significados de iniciação, mistérios e segredos são equivalentes e complementares. Por isso mesmo devem apresentar um elemento comum, com agente de união, que possibilita a simbiose de todos estes sentidos, convergindo-os para um foco comum. Este catalisador é o Silêncio, pois se trata de elemento essencial à guarda destes segredos, à preservação dos mistérios e da tradição presente nos rituais de Iniciação.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Chakras ou Centros Psíquicos

A palavra chakra é originária do Sânscrito e significa Roda. Os chakras ou centros psíquicos, segundo a fisiologia Hindu, são pontos de junção onde circula a energia vital. Os principais são em número de sete e eles estão localizados ao longo da coluna vertebral.
Dividem-se em fisiológicos, pessoais e espirituais. Em cada um deles somos pessoas diferentes. No primeiro, situado na base da coluna vertical, estamos um pouco acima dos animais. Por estar conectado com as funções sexuais, sendo o motivo das religiões se oporem tanto ao sexo; mas ele é básico para a manifestação da vida.
À medida que a energia vital sobe pela nossa coluna vertebral, centrando-se em pontos mais elevados, novas qualidades são desenvolvidas. Ao atingirmos o último centro, transcendemos a humanidade, ou seja, não seremos mais homens. E todo homem deve transcender a si mesmo e só então ele estará realizado.
No homem comum os centros psíquicos brilham fracamente, mas ao serem estimulados aumentam de tamanho e tornam-se refulgentes torvelinhos de energia. No homem evoluído, refulgem e palpitam, como se fossem diminutos sóis, passando por eles uma quantidade maior de energia, realçando suas faculdades e potencialidades.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Hábito, o que vem ser?

Hábito, por definição, corresponde a um comportamento físico ou mental que seguimos sem ter consciência disso. Entretanto, antes de tornar-se inconsciente, esse comportamento originou-se de vossa vontade.
Quando ele concretizou essa escolha pela primeira vez, deu ao seu subconsciente a ordem de fazê-lo, como é o caso de todas as ações que efetuamos e todos os desejos que satisfazemos. Essa ordem é renovada, por algumas vezes, até se tornar uma lei para o subconsciente.
É dessa maneira que criamos bons ou maus hábitos. Eles correspondem, na realidade, aos automatismos inconscientes que tem por finalidade satisfazer o que, no início, não passava de um desejo consciente baseado numa escolha de nossa vontade. Com o tempo, cria-se uma forma de costume ou dependência, sendo que antes era apenas um desejo e depois uma necessidade fisiológica que o corpo reclama e exige.
Aquele que adquiriu um mau hábito pode muito bem perdê-lo, mas é preciso ser um desejo muito sincero, transmutando esse desejo em uma ação construtiva.

sábado, 15 de março de 2008

Senda, o que é?

Sinônimo de caminho, é o termo técnico empregado, em escolas de filosofia esotérica, para designar o percurso de progresso espiritual daquele que aspira à iluminação, à união com o divino ou a alguma espécie de iniciação.

Autodomínio, uma tarefa difícil.

Por que a conquista do autodomínio é tão difícil? Afirma-se com razão que o autodomínio é a maior de todas as conquistas. Por isso talvez seja uma das palavras que os rosacruzes têm presente desde o início de seus estudos e se traduz na proposta primordial de sua caminhada.
O autodomínio é a vitória sobre o ego, sobre o controle das emoções e sobre o desejo intenso de se tornar o centro das atenções em detrimento dos demais. Vencer o ego é sutilizar o anseio material, mantendo o autocontrole, não o esmagando nem destruindo, mas sim transcendendo as imperfeições.
Quanto mais um indivíduo trabalha seu desapego mais amplia sua consciência de servir, de tornar-se um intermediário entre o Cósmico e os outros seres para o bem mútuo. Quem possui autodomínio age como um depositário dos bens divinos e não procura ser alguém especial, com seus méritos e vantagens, mas, a serviço do Todo, faz de sua vida uma existência de doação. Seu objetivo vai além de buscar benefícios só para si e para os seus; vê o mundo como uma grande seara de trabalho para cuja tarefa foi por si mesmo convocado.
A conquista do autodomínio é tida como algo difícil porque não basta só o esvaziamento dos pontos negativos e das imperfeições, mas também que todo o ser seja preenchido pelas virtudes, estas sim, exigindo propósito determinado e aplicação contínua da vontade sincera.

Fonte: Fórum Rosacruz Anual 2007

sexta-feira, 7 de março de 2008

Oração de Abraham Lincoln

Senhor dai-me força para mudar o que pode ser mudado;
paciência para suportar o que não pode ser mudado e
sabedoria para distinguir uma coisa da outra.

sábado, 1 de março de 2008

Os Essênios e seus Mistérios

O mês de Abril de 1947 caracterizou-se como um marco para o mundo arqueológico do século XX, quando aconteceu a grande descoberta dos Manuscritos do Mar Morto. Desde então, a tradução e divulgação do seu conteúdo têm atraído atenção mundial, e uma grande expectativa tem se instaurado quanto a possíveis segredos ainda não revelados. Foram encontradas em 11 cavernas, nas ruínas de Qumran, situadas no vale do Mar Morto, centenas de pergaminhos que datam do terceiro século a.C. até 68 d.C., segundo testes realizados com carbono 14.
Os Manuscritos do Mar Morto foram escritos em três idiomas diferentes: Hebraico, Aramaico e Grego, totalizando quase mil obras. Eles incluem manuais de disciplinas, hinários, comentários bíblicos, escritos apocalípticos, cópias do livro de Isaías e quase todos os livros do Antigo Testamento.
De acordo com os estudiosos, os Manuscritos estão divididos em três grupos principais: Sectários, Apócrifos e Bíblicos. Os Bíblicos reúnem todos os livros da Bíblia, exceto Ester, no total 22 livros. Os Apócrifos são os livros sagrados excluídos da Bíblia. E, finalmente, os Sectários são livros com visões apocalípticas e trabalhos litúrgicos.
A descoberta dos Pergaminhos do Mar Morto confirmou a referência feita, por Harvey Spencer Lewis [Imperator e restaurador da Ordem Rosacruz para a América], no seu livro "As doutrinas secretas de Jesus”, aos essênios e seus ensinamentos secretos, que precederam o cristianismo e que Jesus deve ter conhecido muito bem. Um relatório parcial sobre essa descoberta, do arqueólogo inglês G. Lankester Harding, Diretor do Departamento de Antiguidades da Jordânia, diz o seguinte: "A mais espantosa revelação dos documentos essênios até agora publicada é a de que os essênios possuíam, muitos anos antes de Cristo, práticas e terminologias que sempre foram consideradas exclusivas dos cristãos. Os essênios tinham a prática do batismo, e compartilhavam um repasto litúrgico de pão e vinho presidido por um sacerdote. Acreditavam na redenção e na imortalidade da alma. Seu líder principal era uma figura misteriosa chamada o Instrutor da Retidão.”
Hoje, os Manuscritos do Mar Morto encontram-se no Museu do Livro em Jerusalém. O nome Essênios deriva da palavra egípcia Kashai, que significa "secreto". A organização nasceu no Egito nos anos que precedem o Faraó Akhenathon [Fundador da Ordem Rosacruz], o grande fundador da 1ª religião monoteísta, sendo difundida em diferentes partes do mundo, inclusive em Qumran. Nos escritos dos Rosacruzes, os Essênios são considerados como uma ramificação da "Grande Fraternidade Branca". Segundo estudiosos, foi nesse meio onde passou Jesus, no período que corresponde entre seus 13 e 30 anos.
Segundo os Manuais de Disciplina dos Essênios dos Manuscritos do Mar Morto, eles eram realmente originários do Egito, e durante a dominação do Império Selêucida, em 170 a.C., formaram um pequeno grupo que abandonou as cidades e rumou para o deserto, passando a viver às margens do Mar Morto, e cujas colônias estendiam-se até o vale do Nilo. No meio da corrupção que imperava, os essênios conservavam a tradição dos profetas e o segredo da Pura Doutrina. De costumes irrepreensíveis, pacíficos, de moralidade exemplar e de boa fé; dedicavam-se ao estudo espiritualista, à contemplação e à caridade, longe do materialismo avassalador. Procuravam servir a Deus, auxiliando o próximo, sem imolações no altar e sem cultuar imagens. Eram livres, trabalhavam em comunidade, vivendo do que produziam. Os Essênios não tinham criados, pois acreditavam que todo homem era um ser livre.
Eram uma comunidade aberta aos necessitados e desamparados, mantendo inúmeras atividades onde a acolhida, o tratamento de doentes e a instrução dos jovens eram a face externa de seus objetivos. A missão dos seguidores do Mestre Verdadeiro foi a de difundir a vinda de um Messias e nisto contribuíram para a chegada de Jesus. Sua morte representaria a redenção do povo e todo o sofrimento e humilhação por que teria que passar em vida seria previamente traçado por Deus.
Vivendo em comunidades distantes, os essênios sempre procuravam encontrar na solidão do deserto, o lugar ideal para desenvolverem a espiritualidade e estabelecerem a vida comunitária, onde a partilha dos bens era a regra. Rompendo com o conceito da propriedade individual, acreditavam ser possível implantar no reino da Terra a verdadeira igualdade e fraternidade entre os homens.
Este relato, além de ampliar o nosso conhecimento, nos induz a questionar nossas atitudes em meio ao mundo capitalista em que vivemos; queremos mais e mais posses materiais e esquecemos, muitas vezes, de que nossa estada nesse planeta não é mais do que uma mera passagem. Na verdade, nós precisamos espiritualizar-nos um pouco mais. Devemos conscientizar-nos para que, na nossa vida terrena, possamos preparar o nosso futuro eterno.
E para nossa reflexão deixo um pensamento, a meu ver muito valioso, que é o seguinte: “O verdadeiro templo não é feito de pedra, a verdadeira palavra não pode ser escrita, e o verdadeiro segredo não é visível aos olhos. Estas são coisas que a humanidade há de descobrir e, quando isto acontecer, as guerras cessarão e a humanidade trabalhará ombro a ombro em direção à construção de um mundo melhor para todos, fazendo das mãos instrumentos da sabedoria divina.”

Venâncio Aires, 28 de julho de 2004

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O Segredo da Maçonaria

“O Segredo da Maçonaria, por sua própria natureza, é inviolável, pois o maçom que o conhece só pode tê-lo adivinhado. Ele o descobriu freqüentando as lojas instruídas, adivinhando, comparando, julgando. Uma vez chegado a esse resultado, ele o guardará, por certo, para si mesmo e não o comunicará nem mesmo àquele de seus irmãos em que mais confia; pois já que este não foi capaz de o descobrir, também será incapaz de tirar partido desse segredo caso o receba oralmente”.
J.J. Casanova, nascido em Veneza em 1725 e iniciado em Lyon em 1757

A Senda da Verdade comenta:
"Conhecer-se a si mesmo", eu creio que seja o grande segredo!

Os Quatro Compromissos, a filosofia Tolteca

Quem foram os Toltecas?
Milhares de anos atrás, os toltecas eram conhecidos no sul do México como “homens e mulheres de sabedoria”. Antropólogos falam dos toltecas como uma nação ou raça, mas na verdade, eram cientistas e artistas que formavam uma sociedade para explorar e conservar a sabedoria espiritual e as práticas dos antigos.
A sabedoria dos toltecas se ergue da mesma unidade essencial de verdade de todas as tradições esotéricas ao redor do mundo. Embora não seja uma religião, honra todos os mestres espirituais que já ensinaram aqui na terra. Por envolver o espírito, é descrita com maior precisão como forma de vida, caracterizada pela pronta acessibilidade da felicidade e do amor.
Primeiro compromisso: SEJA IMPECÁVEL COM SUA PALAVRA
É o mais importante e também o mais difícil de cumprir.
A palavra é o poder que você tem de criar. Sua palavra é o dom que vem diretamente de Deus.
Mediante a palavra você expressa seu poder criativo.
O que você sonha, o que você sente e o que você realmente é será manifestado mediante a palavra.
A palavra não é apenas um som ou um símbolo escrito. A palavra é força; é o poder que você possui de expressar-se e de comunicar-se, de pensar, de criar os eventos em sua vida.
A palavra é a mais poderosa ferramenta que você possui como ser humano; é a ferramenta da magia.
Dependendo de como é usada, a palavra pode libertar você ou pode escravizá-lo mais do que imagina.
A mente humana é como um terreno fértil onde sementes estão sendo plantadas continuamente. As sementes são opiniões, idéias e conceitos.
Um pecado é uma coisa que você faz e que vai contra você mesmo.
O pecado começa com a rejeição de você mesmo. Auto-rejeição é o maior de todos os pecados que você pode cometer.
Ser impecável com sua palavra é não usá-la contra você mesmo.
Se você fizer um compromisso com você mesmo de ser impecável com sua palavra, com apenas essa intenção a verdade irá se manifestar por seu intermédio e limpar todo o veneno emocional que existe em seu interior.
Na maior parte do tempo usamos a palavra para espalhar nosso veneno pessoal – para expressar raiva, ciúme e ódio. A palavra é magia pura – o presente mais poderoso que temos como seres humanos – e a usamos contra nós mesmos.
Mexericar tornou-se a forma principal de comunicação na sociedade humana. Tornou-se a forma de anos aproximar uns dos outros, por nos fazer sentir melhor ao ver que outros se sentem tão mal quanto nós. A miséria gosta de companhia, e as pessoas que sofrem no inferno não querem ficar sozinhas.
Fazendo a analogia da mente humana com o computador, as fofocas poderiam ser comparadas aos vírus.
Quanto você ama a si mesmo e como se sente consigo são diretamente proporcionais à qualidade e integridade de sua palavra. Quando você é impecável com suas palavras, sente-se bem, feliz e em paz.
Segundo compromisso: NÃO LEVE NADA PARA O LADO PESSOAL
O que quer que aconteça com você, não tome como pessoal.
Nada do que os outros fazem é motivado por você. É por causa deles mesmos. Todas as pessoas vivem em seu próprio sonho, em sua própria mente; estão num mundo completamente diferente do que aquele no qual vivemos. Quando levamos algo para o lado pessoal, presumimos que os outros sabem o que está em nosso mundo e tentamos impor nosso mundo ao deles.
Quando você leva as coisas para o lado pessoal, sente-se ofendido e sua reação é defender suas crenças e criar conflitos. Você faz uma tempestade num copo de água, porque tem necessidade de estar certo e tornar todos os outros errados.
Quando você torna um hábito forte não levar as coisas para o lado pessoal, evita muitos aborrecimentos em sua vida. Sua raiva, inveja e ciúme irão desaparecer, e até mesmo a tristeza irá dissolver-se.
Terceiro compromisso: NÃO TIRE CONCLUSÕES
Nós temos a tendência para tirar conclusões sobre tudo. Presumir. O problema com as conclusões é que acreditamos que elas são verdadeiras.
Tiramos uma conclusão, entendemos errado, levamos isso para o lado pessoal e acabamos criando um grande drama do nada.
Todas as tristezas e drama que você passou em sua vida foram causados por tirar conclusões e levar as coisas para o lado pessoal.
Cria o veneno emocional apenas tirando conclusões e fazendo isso de forma pessoal, porque geralmente começamos a fofocar sobre nossas conclusões.
Superestimamos ou subestimamos a nós mesmos porque não resolvemos parar e formular perguntas a nós mesmos, depois respondê-las. Talvez precisamos reunir mais fatos sobre uma determinada situação. Ou talvez precisamos para desmentir a nós mesmos sobre o que desejamos.
O amor verdadeiro é aceitar a outra pessoa da forma que ela é sem tentar mudá-la. Se tentarmos mudá-la, isso significa que na verdade não gostamos dela.
Se não compreender alguma coisa, é melhor perguntar e saber do que tirar qualquer conclusão. No dia em que você parar de tirar conclusões, irá se comunicar com clareza e pureza, livre do veneno emocional.
Quarto compromisso: SEMPRE DÊ O MELHOR DE SI
Sob qualquer circunstância sempre faça o melhor possível, nem mais nem menos.
Fazer o melhor algumas vezes pode produzir alta qualidade e outras vezes não vai ser tão bom. Não importa se você está doente ou cansado, se der sempre o melhor de si, não haverá forma de julgar a si mesmo. E se não julga a si mesmo, não há forma de ficar sujeito à culpa, ao arrependimento e à autopunição.
Dando o melhor de si, você vai viver intensamente sua vida. Será produtivo, será bom para você mesmo, porque irá se doar a sua família, a sua comunidade, a todos.
Quando você faz o melhor que pode, aprende a aceitar a si mesmo. Mas é preciso estar atento e aprender com os erros. Aprender com os erros significa praticar, observar com honestidade os resultados e continuar praticando. Isso aumenta sua consciência.
Agir é viver plenamente. Não agir é a forma de negar a vida.
Agir significa expressar quem você é. Pode ter muitas idéias na cabeça, mas o que faz toda a diferença é a ação. Sem ação depois de uma idéia não existe manifestação, nem resultados ou recompensas.
Não se preocupe com o futuro; mantenha sua atenção no hoje e fique no momento presente. Viva apenas um dia de cada vez.
Ser Tolteca é uma forma de viver. Uma forma de viver em que não existem lideres nem seguidores, em que você possui sua própria verdade e vive de acordo com ela.

Resumo do livro Os Quatro Compromissos, de Don Miguel Ruiz.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Ordem Rosa-cruz

A Ordem Rosa-cruz deve ser entendida como uma fraternidade iniciática e cultural. Como fraternidade, é um esforço de constituir uma associação de pessoas, sem qualquer discriminação, baseada na premissa filosófica - mística de que todos os seres humanos
são manifestações de atributos de um mesmo e único Ser; por analogia, irmãos sob a paternidade de Deus. É uma instituição iniciática destinada a perpetuar, desenvolver e transmitir certo conhecimento sobre o universo, o ser humano e a vida; colaborar na evolução da humanidade para níveis superiores de consciência, de modo que as pessoas vivam melhor e evoluam cada vez mais, individual e socialmente.
A sigla AMORC é a abreviatura da denominação completa da Ordem: Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis. Antiga porque a Ordem Rosa-cruz deriva de um empenho de estudo do ser humano , do universo e da vida, que teve início no Egito Antigo, há mais de 30 séculos. Mística porque a filosofia da Ordem Rosa-cruz assenta sobre a busca do conhecimento direto mediante processos psíquicos que ultrapassam as funções intelectuais. Sua característica básica é a experiência pessoal da Divindade, sem qualquer mediação. Acredita que no âmago do ser humano está a chave que o reúne a Deus. Esta essência do Ser Cósmico que está presente no âmago do ser como potencial infinito de inteligência, poder e comunhão é o que busca desenvolver.
Rosae Crucis é uma expressão latina que significa "da Rosa-Cruz".
Rosa-cruz é o termo composto que designa o símbolo fundamental da Organização, uma cruz dourada com uma única rosa rubra entreaberta no centro. Não tem conotação religiosa. A Cruz representa as vicissitudes da vida humana no mundo; A Rosa representa a evolução do ser humano mediante essas vicissitudes.
A AMORC fornece a seus afiliados um programa de estudo individual a ser realizado em seu próprio lar, o qual tem por objetivo o desenvolvimento pessoal em: iniciativa, criatividade, entendimento e uso do poder positivo da mente, intuição [o sexto sentido], concentração, capacidade para relaxar, uso potencial energético, capacidade para vida mais equilibrada, harmoniosa saudável e produtiva, amor, compreensão e espiritualidade, etc. O programa básico está dividido em três graus de visão geral introdutória e nove graus específicos. É fornecido em ensinamentos semanais sob forma de monografias, remetidas em lotes trimestrais pelo Correio. A leitura de cada monografia semanal, geralmente feita à noite, requer cerca de uma hora. Já nos primeiros ensinamentos do programa básico o Rosa-cruz está habilitado a fazer uso de técnicas para resolução de problemas pessoais, inclusive de saúde, e para auxílio eventual a outras pessoas. A AMORC continua a fornecer monografias para leitura quinzenal além do Nono Grau, propiciando mais tempo para as aplicações e os exercícios práticos.
A AMORC, organização de âmbito mundial está dividida em jurisdições idiomáticas tradicionalmente denominadas Grandes Lojas. Cada uma delas é dirigida por um rosa-cruz que o ocupa o cargo de Grande Mestre e por uma junta de diretores. Os rosa-cruzes de língua portuguesa são afiliados à Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa [GLP], situada no Brasil em Curitiba, Paraná.
A Ordem está assim estruturada: A Suprema Grande Loja é o órgão dirigente internacional que estabelece os princípios fundamentais de atuação da Ordem Rosa-cruz em todo mundo. As Grandes Lojas são jurisdições para os diversos idiomas do mundo. As Lojas são organizadas e mantidas por rosa-cruzes de cada localidade e supervisionadas pelas Grande Lojas, para fins de estudo conjunto do misticismo rosa-cruz, desenvolvimento das atividades da Ordem Rosa-cruz e confraternização geral. Resultam do desenvolvimento de organismos menores denominados Pronaoi e Capítulos. Estes e as Lojas são genericamente denominados Organismos Afiliados. Na base da estrutura da AMORC estão os estudantes rosa-cruzes que além de trabalharem para seu desenvolvimento pessoal, realizam através do serviço voluntário as atividades da Organização dentro dos princípios sistema e ordem.
Tradicionalmente o movimento místico ou esotérico que mais tarde evoluiu para o rosa-crucianismo tem raízes nas escolas de mistérios do Egito Antigo, desde aproximadamente 1500 a.C.
O Faraó Akhenaton, da XVIII Dinastia do Egito Antigo, foi Grande Mestre tradicional da Antiga Fraternidade. Ele é conhecido pela iniciativa de fundação de uma religião monoteísta. Por isso o Ano Rosa-cruz é contato a partir de 1353 a.C.
A história moderna do rosa-crucianismo pode ser remontada à Europa no começo do século dezessete, com a publicação de três manifestos estabelecendo os objetivos e a metodologia da Ordem.
Em sua forma atual o rosa-crucianismo foi restabelecido no começo deste século vinte, precisamente em 1915. Cientista, escritor, filósofo, pintor e místico, o Dr. H. Spencer Lewis assumiu a responsabilidade de reativar a Ordem Rosa-cruz na América do Norte. Sob sua orientação foi construído o Parque Rosa-cruz em San José, Califórnia, e a AMORC floresceu no mundo inteiro. Afirmou: "Como irmãos da Rosa-Cruz, nossos esforços pessoais, nossas clínicas e instituições, estão dedicados à reconstrução da espécie humana e ao avanço da civilização."
A atual Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa nasceu com a denominação de Grande Loja do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1956. Em 1960, foi transferida para Curitiba, no Paraná, onde conta com oito prédios incluindo um Templo Rosa-cruz, um edifício de Administração, um Auditório, o Museu Egípcio, a Biblioteca Alexandria, o Espaço de Arte Francis Bacon e a ERCI - Escola Rosa-cruz Integrada. Acrescenta-se a isso uma moderna instalação gráfica, onde é impresso todo o material didático e de expansão da organização. Muitos outros Templos Rosa-cruzes existem em Lojas ou Capítulos no Brasil, em Portugal e Angola. Destaca-se ainda a Morada do Silêncio, local de retiro místico situado a 40 km de Curitiba - no município de Quatro Barras, Paraná - com 48 apartamentos, um Templo Rosa-cruz e demais dependências, ocupando mais de 2000m2 em 52 alqueires na Mata Atlântica. Ali podem os rosa-cruzes vivenciar melhor as experiências do Eu Interior, em silenciosa comunhão com a natureza.
"A Ordem Rosa-cruz é uma organização internacional de caráter místico-filosófico, que tem por missão despertar o potencial interior do ser humano, auxiliando-o em seu desenvolvimento, em espírito de fraternidade, respeitando a liberdade individual, dentro da Tradição e da Cultura Rosa-cruz."
A Ordem Rosa-cruz é uma organização internacional, de caráter cultural, fraternal, não-sectário e não-dogmático, de homens e mulheres dedicados ao estudo e aplicação prática das leis naturais que regem o universo e a vida. Seu objetivo é promover a evolução da humanidade através do desenvolvimento das potencialidades de cada indivíduo e propiciar uma vida mais harmoniosa para alcançar saúde, felicidade e paz. Para esse objetivo, a Ordem Rosa-cruz oferece um sistema eficaz e comprovado de instrução e orientação para um profundo auto-conhecimento e a compreensão dos processos que determinam a mais alta realização humana. Essa profunda e prática sabedoria, cuidadosamente preservada e desenvolvida pelas Escolas de Mistérios esotéricos está a disposição de toda pessoa sincera, de mente aberta e motivação positiva e construtiva.

Ressonância Schumann

O coração da Terra disparou. Coincidentemente, desequilíbrios ecológicos se fizeram sentir: perturbações climáticas, maior atividade dos vulcões, crescimento de tensões e conflitos no mundo.
Não apenas as pessoas mais idosas mas também jovens fazem a experiência de que tudo está se acelerando excessivamente. Ontem foi carnaval, dentro de pouco será Páscoa, mais um pouco, Natal. Esse sentimento é ilusório ou possui base real?
Pela “ressonância Schumann” se procura dar uma explicação. O físico alemão W.O. Schumann constatou em 1952 que a Terra é cercada por um campo eletromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera que fica cerca de 100 km acima de nós. Esse campo possui uma ressonância, mais ou menos constante, da ordem de 7,83 pulsações por segundo. Funciona como uma espécie de marca-passo, responsável pelo equilíbrio da biosfera, condição comum a todas as formas de vida. Verificou-se também que todos os vertebrados e o nosso cérebro são dotados da mesma freqüência de 7,83 hertz. Empiricamente se fez a constatação que não podemos ser saudáveis fora desta freqüência biológica natural. Sempre que os astronautas, em razão das viagens espaciais, ficavam fora da ressonância Schumann, adoeciam. Mas submetidos à ação de um “simulador Schumann” recuperavam o equilíbrio e a saúde.
Por milhares de anos as batidas do coração da Terra tinham essa freqüência de pulsações e a vida se desenrolava em relativo equilíbrio ecológico. Ocorre que a partir dos anos 80 e de forma mais acentuada a partir dos anos 90 a freqüência passou de 7,83 para 11 e para 13 hertz por segundo, disparando o coração da Terra. Coincidentemente desequilíbrios ecológicos se fizeram sentir: perturbações climáticas, maior atividade dos vulcões, crescimento de tensões e conflitos no mundo e aumento geral de comportamentos desviantes nas pessoas, entre outros. Devido à aceleração geral, a jornada de 24 horas, na verdade, é somente de 16 horas. Portanto, a percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória, mas teria base real neste transtorno da ressonância Schumann.
A Mãe Terra, esse superorganismo vivo, deverá estar buscando formas de retornar a seu equilíbrio natural. E vai consegui-lo, mas não sabemos a que preço, a ser pago pela biosfera e pelos seres humanos. Aqui se abre o espaço para grupos esotéricos e outros futuristas projetarem cenários, ora dramáticos, com catástrofes terríveis, ora esperançadores como a irrupção da quarta dimensão, pela qual todos seremos mais intuitivos, mais espirituais e mais sintonizados com biorritmo da Terra.
Não pretendo reforçar este tipo de leitura. Apenas enfatizo a tese recorrente entre grandes cosmólogos e biólogos de que a Terra é, efetivamente, um superorganismo vivo, de que Terra e Humanidade, formam uma única entidade, como os astronautas testemunham de suas naves espaciais.
Nós, seres humanos, somos Terra que sente, pensa e ama. Por sermos isso, possuímos a mesma natureza bioelétrica e estamos envoltos pelas mesmas ondas ressonantes Schumann. Se queremos que a Terra reencontre seu equilíbrio devemos começar por nós mesmos: fazer tudo sem stress, com mais serenidade, com mais amor que é uma energia essencialmente harmonizadora. Para isso importa termos coragem de ser anticultura dominante que nos obriga a ser cada vez mais competitivos e efetivos. Precisamos respirar juntos com a Terra para conspirar com ela pela paz.

Leonardo Boff - Teólogo
Jornal do Brasil, 05 de março de 2004

Planejamento Familiar

É difícil chegar-se a um consenso quando a questão é demografia. Mas ninguém é tão ingênuo para não perceber que estamos diante de uma questão muito complexa. Afinal, tanto o problema demográfico como o ecológico não são meramente setoriais. É um problema global da humanização dos seres humanos e de todo o universo.
A ética, sozinha, não conseguirá viabilizar um equacionamento adequado, mas sem a ética não iremos muito longe. Pelo contrário, estaríamos trilhando o caminho de uma ainda maior desumanização. Alguns pressupostos éticos básicos, assumidos por todos, independentemente de crenças religiosas, são o único ponto de partida que nos acena para um futuro melhor para todos. A explosão demográfica no mundo, embora esteja em regressão nos países mais desenvolvidos, está em ampla progressão em outras áreas do mundo, onde impera a desinformação e a ignorância.
Segundo o Dr. Paul Erlich, um grande estudioso das variáveis demográficas, a cada 27 anos o nº de habitantes do nosso planeta dobra. Em 50 anos a produção agrícola cresceu 40%, mas mesmo assim estima-se que 300 milhões de pessoas morreram de fome nos últimos 30 anos. A população ideal da Terra seria 2 bilhões, ou seja, 30% dos habitantes de hoje. No final do século XXI estima-se que terá 8,5 bilhões. Nos Estados Unidos têm 300 milhões de pessoas queimando combustível e estima-se que, no ano de 2050, a China e a Índia estarão próximas do padrão de consumo americano. Daí é possível deduzir o efeito que isso causará sobre o nosso planeta, pelo fato desses dois países representarem quase a metade da população mundial.
O processo de mudanças por que passou e vem passando a população brasileira é irreversível. As conseqüências mais imediatas, deste processo, estão na redução da taxa de crescimento da população, com a redução dos nascimentos. Mas, infelizmente, essa redução não acontece nas camadas mais pobres, que continuam crescendo e aumentando a pobreza, sem um plano para o controle da natalidade. Malthus, esse visionário, quando alertou sobre a superpopulação, errou em números, mas acertou na idéia central ao dizer que “aglomerados de gente tendem a concentrar pobreza, fome e doenças”.
Antes de gerar um filho, o casal deveria pensar se ele poderá dar condições sociais dignas a ele. É preciso prepará-lo para que possa enfrentar as dificuldades naturais do dia a dia. É preciso acompanhá-lo em todas as etapas da vida, ensinando-lhe os valores básicos, para que se torne uma pessoa de bom caráter, responsável e honesta. É preciso dar-lhe uma alimentação adequada, uma boa educação escolar e, principalmente, uma boa educação familiar. Tudo isso se resume no dito popular que “é preciso ter berço”.
Há vários países que adotaram um sistema de controle da natalidade, como ponto de partida, para resolver as diferenças sociais e, como exemplo mais recente de sucesso, basta apontar a Coréia do Sul, onde a educação e a saúde são serviços gratuitos, prestados pelo governo, aos dois primeiros filhos do casal.
Enquanto imperar a desinformação e a ignorância em nosso país, irão continuar proliferando igrejas vendendo, aos fiéis, “cadeiras no céu” em troca do dízimo; irão continuar existindo políticos corruptos, surrupiando o dinheiro dos contribuintes; irá continuar a se espalhar o ódio, a violência e, consequentemente, a falta de segurança, tudo em função de estarmos inseridos numa sociedade de desiguais, onde convivem, lado a lado, bilionários e miseráveis.
Antes de dizer, que para endireitar o nosso país é só zerando tudo e começando tudo de novo, eu quero acreditar no planejamento familiar, como sendo a saída mais rápida para esses problemas, rumo a uma maior igualdade social, humanizando o nosso convívio novamente para uma sociedade mais justa. Não tenho dúvida que, somente uma população, bem educada e bem informada, terá forças para cobrar do governo as mudanças necessárias.
As disputas profissionais por um bom emprego serão cada vez maiores e não basta o ensino fundamental. Num futuro muito próximo, inúmeros trabalhadores menos qualificados estarão concentrados no setor de prestação de serviços, cumprindo funções que exigem uma habilidade especial. Esses indivíduos deverão ser reeducados para perceber que o mundo, dos trabalhadores independentes, exige aptidões bem diferentes das exigidas na sociedade de empregos do passado. E como isso será possível nas condições atuais de um mercado de trabalho tão disputado? Como é que os pais de uma família numerosa poderão dar as condições financeiras básicas para que os filhos possam obter a educação, no mínimo, de 2º grau e com alguma especialização extra para poderem ter um trabalho digno?
O crescente acesso a informação, proporcionado pela tecnologia, irá contribuir para o agravamento da situação, uma vez que as pessoas com acesso a informação terão melhores oportunidades, agravando as diferenças sociais. A exigência da qualificação profissional será cada vez maior, a identificação de talentos será cada vez mais necessária. E não há dúvida que isso não tem volta. É preciso que o candidato se especialize em alguma coisa para obter um emprego digno. É preciso que se amplie sempre mais as oportunidades de cursos profissionalizantes, devendo haver ainda um esforço extra, através do auto-desenvolvimento dos candidatos ao mercado de trabalho.
Não poderia haver mais dúvida com relação a isso, que é preciso remodelar a nossa sociedade. É preciso parar de somente reclamar de que as coisas não andam bem. Não podemos ficar eternamente ouvindo reclamações, esperando condições milagrosas do governo e soluções emergenciais das organizações não governamentais. Não resolve dar o peixe, mas o anzol para pescar.
Temos que ter coragem para enfrentar este problema, nós todos. Somente onde houver coragem, poderá haver esperança. Entre tantos problemas sociais, a meu ver, o planejamento familiar é a melhor alternativa, como ponto de partida, para uma verdadeira mudança de atitudes, na esperança de obtermos uma sociedade mais justa.

Publicado na Folha do Mate - Venâncio Aires, 16 de junho de 2006

Primavera, uma explosão de Vida

O nosso objetivo é lembrar que, na estação entrante, viveremos um período fantástico. Lembrar que no dia 21 de Setembro comemoramos o Dia da Árvore e no dia 23 de Setembro inicia a Primavera. Lembrar que a Fertilidade da Natureza nos convida a celebrar sua Explosão de Vida. Lembrar que a Natureza é Vida. Lembrar que todos nós precisamos fazer algo para despertar a consciência para isso. Lembrar também que é nosso dever preservar a natureza, pois ela é nossa Morada Natural e a Base da nossa Existência.
A comemoração oficial do Dia da Árvore teve lugar, pela primeira vez, no estado norte-americano do Nebraska, em 1872, quando um cidadão local conseguiu induzir toda a população a consagrar um dia no ano à plantação ordenada de diversas árvores para resolver o problema da escassez de lenha. Em 1971, acolhendo uma proposta da Confederação Européia de Agricultores, a FAO estabeleceu o Dia Florestal Mundial, com o objetivo de sensibilizar as populações para a importância da floresta na manutenção da vida na Terra. E, por estarem no hemisfério norte, a data comemorativa ocorre no dia 21 de Março.
No Brasil, no dia 21 de setembro de 1904 aconteceu uma das primeiras celebrações às árvores, na cidadezinha mineira de Dores do Indaiá, quando um menino de 13 anos foi o orador, dizendo que "A derrubada delas é uma ameaça à própria civilização". É lógico que somente plantar árvores não é o bastante, é apenas um símbolo que nos induz à Preservação da Vida, não só em nosso Planeta, mas no Universo. Mas por incrível que pareça, um século depois, em todo o mundo, muita gente ainda não entende as palavras desse menino! Muitos desconhecem os benefícios de se preservar a natureza, dando mais vida para todos nós!
Depois de termos tido sucesso na fundação do Grupo Escoteiro Arés em junho de 1991, três anos depois, no mês de agosto de 1994 nós nos aventuramos novamente, fazendo frente ao movimento da Coleta Seletiva de Lixo para a nossa cidade. Apesar de que, já transcorridos dez anos, muitos venâncio-airenses ainda não tenham se conscientizado para a necessidade da separação do lixo, queremos acreditar que o resultado desse movimento foi gratificante. Aliás, continua sendo muito gratificante ver freqüentemente o assunto sendo abordado nas escolas; isso é sinal que a distribuição daquelas dez mil cartilhas não foi um trabalho em vão. Queremos agradecer às crianças, aos jovens! Vocês não podem ser consideradas o futuro e sim o presente do Brasil!
Talvez muitos ainda não saibam que, na Usina construída pela nossa Prefeitura na Linha Estrela, a separação do lixo é feita por um grupo de pessoas, os ex-catadores do lixão, que formou uma Cooperativa de Reciclagem; um trabalho digno para seu sustento. Isso é inédito na região e, por isso, temos que nos orgulhar disso. Aliás, temos certeza que, não é por doações ofertadas, mas através do trabalho que o ser humano consegue alcançar sua dignidade.
Atualmente é cada vez menor o número de pessoas que vivem em casas e que podem desfrutar de um jardim, de uma pequena horta, do contato com a natureza. A Vida é extremamente sábia, nos deu audição, visão, tato, olfato, paladar, tudo o que é preciso para que pudéssemos nos integrar com o meio ambiente. Esta integração significa saúde, física e mental; podemos interagir com a natureza e nos sentir em equilíbrio com a vida, tornando-nos pessoas mais saudáveis. É essa integração, que começa no simples ato de observar, respeitar e amar, que depende a preservação da vida no Planeta Terra.
Mas voltemos ao nosso objetivo inicial, lembrando que a Fertilidade da Natureza nos convida a celebrar sua Explosão de Vida. Assim, através do potencial da Criação evidenciado neste período, despertamos nossa vontade, nutrimos nossa força de realização pessoal e usufruímos positivamente da sensibilização de suas manifestações. O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. E quantas vezes nos acontecem coisas, que parecem simples pelo seu valor material e, pelo fato de não nos apercebermos de sua riqueza espiritual, acabam não sendo vividas com a intensidade que poderiam.
Na verdade, não há outra estação que espelha tanta Vida do que a Primavera. A Natureza realmente nos proporciona momentos inesquecíveis e, muitas vezes, nos deparamos com cenas tão belas, que nunca havíamos pensado em sonhar. É importante pararmos um pouco, para um momento de reflexão, para favorecer um encontro com a Essência desse Ciclo. É preciso perceber-se como integrante dessa Teia da Vida, através do autoconhecimento estaremos evoluindo e, ao mesmo tempo, auxiliando o Plano de Evolução do Supremo Criador do Universo.

Publicado no Jornal Folha do Mate - Venâncio Aires, 21 de setembro de 2004

Atributos da Matéria e as Leis do Progresso

1- INTRODUÇÃO
A Filosofia Esotérica afirma que a essência do ser humano é a mônada, comparada a uma "chispa divina" que se "desprende" do Todo e se lança no mundo da matéria em busca de experiências. A mônada, também chamada de “centelha divina”, se desprende do Todo, mas misteriosamente permanece una com Ele, conservando a sua natureza original. Do mesmo modo, todos os seres que têm existência no universo, apesar de existirem como seres, mantêm em si esta essência e dela recebem os germes dos atributos divinos.
Costuma-se dizer que Deus queria se conhecer e fez para Si um espelho, para poder se ver melhor. Esse espelho é o universo manifestado, com suas formas animadas e outras aparentemente inanimadas, e, através dessas, a Vida Divina se manifesta e evolui. As múltiplas formas de vida individualizadas são, portanto, reflexos da Vida Divina, que é oniabarcante, isto é, todas elas, mesmo que pareçam isoladas umas das outras, permanecem unas, entre si e com a própria Fonte primordial.
A construção do universo visível, comparado a um espelho, não é feita ao acaso, mas sim, através de um plano, chamado Plano de Evolução, que atinge o universo em sua totalidade e, do qual, todos nós participamos. A matéria que o constitui é organizada em níveis diferentes de densidade e a vida deverá, gradativamente, passar por experiências em todos eles. Estes níveis vão, do físico mais denso, aos mais altos níveis espirituais, passando a vida por experiências e ocupando formas diferentes, que passam pelos reinos: mineral, vegetal, animal e depois do humano.
2- OS ATRIBUTOS DA MATÉRIA
2.1- A Verdade
Quando empregamos a palavra verdade queremos significar um conhecimento do universo, em todas as suas manifestações, visíveis e invisíveis. A verdade não é fruto dos investigadores, mas existe porque o universo existe. Quando falamos na verdade, estamos nos referindo a nós, pois o homem é uma parte infinitesimal do Todo, da chama da qual somos uma centelha. A construção do universo é obra de um divino construtor e cada fase da construção da matéria é dirigida por ele. Os átomos se reúnem ou se afastam, somente porque ele assim o quer.
Segundo ‘O Caibalion’: “Nada está parado; tudo se move; tudo vibra.” Este princípio encerra a verdade que tudo está em movimento, tudo vibra, nada está parado; fato que a ciência moderna observa, e que cada nova descoberta científica tende a confirmar. Explica que as diferenças entre as diversas manifestações de matéria, energia, mente e espírito, resultam das ordens variáveis de Vibração. Desde o Todo, que é puro espírito, até a forma mais grosseira da matéria, tudo está em vibração; quanto mais elevada for a vibração, tanto mais elevada será a posição na escala. A vibração do espírito é de intensidade e velocidade infinitas, como uma roda que se move muito rapidamente parece estar parada. Na extremidade inferior da escala estão as grosseiras formas da matéria, cujas vibrações são tão vagarosas que parecem estar paradas.
2.2- A Energia Vital
Toda a matéria é animada pela Energia Vital, que é de natureza espiritual. Esta Energia desconhecida dá poder aos alimentos para nutrir, ao sangue para circular, às células para trabalhar nos órgãos, cujo funcionamento determina e do qual resulta a vida corporal. Esta Energia Vital nos vem do Sol, com a luz, o calor, a eletricidade, o magnetismo, etc. Por isso os antigos faziam do Sol o maior símbolo da Divindade.
Recebemos a Energia Vital, para o corpo físico pelos alimentos e para o corpo da alma pelo ar. Logo, a Energia Vital está no ar e não é o ar, está nos alimentos e não é alimento. E para isso é indispensável que o ar esteja impregnado da Energia Vital, trazida pelos raios solares.
2.3- Ação sobre a Matéria
A atração é o meio pelo qual dois seres correlativos e paralelos se combinam para produzir um resultado pela sua ação comum, atuando um sobre o outro. No momento em que o resultado se produziu, a atração deixa de existir, havendo então a repulsão e sempre iguais entre si.
Assim acontece entre o Espírito e a Matéria, resultando numa comunicação e manifestação de movimentos entre si. Agindo o Espírito sobre a Matéria, os átomos caloríficos se comunicam e combinam com os átomos sólidos. Como os átomos caloríficos são mais aptos ao movimento, eles são atraídos pelos átomos sólidos e com eles se combinam e os acendem, formando um corpo intermediário entre o calor e o sólido que se chama gás.
2.4- A Transformação da Matéria
A ciência estudou o átomo segundo seus efeitos, definindo que todos os elementos da matéria no Universo se compõem de átomos, “Tudo é Uno”. As matérias se diferenciam entre si pela vibração ou emanação do núcleo central.
O átomo se compõe de esferas com cargas elétricas positivas e negativas. Estas esferas estão agarradas entre si por uma energia, cuja capacidade chega a oito milhões de volts. O mistério consiste em que a força que liga os componentes do átomo não é a gravidade, nem o magnetismo, e continua indecifrável, além da imaginação do homem.
As esferas são em número diferente em cada átomo de um elemento; este é o segredo da diferenciação entre os elementos naturais, que se deve às vibrações da energia em cada átomo. O calor que escapa de muitas esferas, que se formam em torno de uma primeira, nascendo uma esfera central mais perfeita.
Também de um grupo de satélites nasce um planeta, de um grupo de planetas nasce um sol, de um grupo de sóis nasce uma via láctea e assim até o infinito, formando o universo.
2.5- A Vida no Universo
Os estudos teosóficos nos revelam que a vida no universo é fantástica. A palavra Vida se reveste de uma significação profunda e fértil em conseqüências. Compõe-se de sete reinos em evolução, do elemental ao humano.
Os reinos dividem-se em: 1º a essência elemental, a matéria mental superior; 2º a essência elemental, a matéria mental inferior; 3º essência elemental, a matéria astral; 4º vida mineral; 5º a vida vegetal; 6º a vida animal e 7º a vida humana.
O período de existência da vida humana é composto de sete raças e cada uma de sete sub-raças, perfazendo um período mundial. Quando o trabalho desse período estiver concluído, a vaga de vida deixará o planeta Terra, para sua evolução em outro planeta do sistema solar.
Uma vaga de vida habitará sete planetas, sendo três físicos e visíveis ao ser humano, na seqüência Marte, Terra e Mercúrio, e outros quatro invisíveis, sendo dois de matéria astral e dois de matéria mental, inferior e superior.
Sete períodos mundiais correspondem a um ronda de vida; sete rondas a uma cadeia de vida; sete cadeias a um sistema de evolução; e, finalmente, sete sistemas de evolução a um sistema solar.
3.AS LEIS DO PROGRESSO
A sociedade poderia reger-se unicamente pelas leis naturais, sem o concurso das leis humanas, se todos as compreendessem bem. Se os homens as quisessem praticar, elas bastariam.
Mas, no decorrer do tempo, a sociedade impôs suas exigências, sendo necessárias leis especiais. A civilização criou necessidades novas para o homem, necessidades relativas à posição social que ele ocupa. Tem-se então que regular, por meio de leis humanas, os direitos e deveres dessa posição.
Mas, influenciado pelas suas paixões, ele não raro tem criado direitos e deveres imaginários, que a lei natural condena e que os povos riscam de seus códigos à medida que progridem. A lei natural é imutável e a mesma para todos; enquanto que a lei humana é variável e progressiva.
A principal causa da instabilidade das leis humanas acontece na época de barbárie, quando os mais fortes fizeram as leis e as fizeram para si. Neste sentido, se destaca a Idade Média, com seu sistema feudal, com o domínio do império romano e com a “Santa Inquisição” imposta pela Igreja Católica, que de santa não teve nada.
Ao progresso moral o maior obstáculo é o orgulho, o egoísmo, desenvolvendo a ambição e o vício. Uma sociedade depravada certamente precisa de leis severas. Infelizmente, essas leis mais se destinam a punir o mal depois de feito, do que a lhe secar a fonte. Só a educação poderá reformar os homens, que então não precisarão mais de leis tão rigorosas.
O homem não pode conservar-se indefinidamente na ignorância, porque tem de evoluir ao seu destino. A evolução regular e lenta ocorre naturalmente pela força das coisas e pela influência das pessoas que o guiam na senda do progresso moral.
À medida que o homem compreende melhor a justiça, torna-se indispensável modificar as leis humanas. E quanto mais elas se aproximam da verdadeira justiça, mais estáveis serão; vão sendo feitas para todos e se identificam com a lei natural.

Bibliografia
- “O Caibalion – Estudo da filosofia hermética do antigo Egito e da Grécia”, Os Três Iniciados.
- “Fundamentos da Teosofia”, C. Jinarajadasa
- “Doutrina Secreta – Volume I – Cosmogênese”, H. P. Blavatsky

Conhece-te a ti mesmo

Inicialmente eu gostaria de lembrar uma frase que é curta, mas diz muito, que encontramos na grande maioria dos templos iniciáticos: “Conhece-te a ti mesmo”. Esta máxima remonta aos povos antigos, antes mesmo de a palavra filosofia ter sido usada por Pitágoras. Entre os gregos viveram homens de grande sabedoria e o primeiro a ser conhecido como sábio foi Tales de Mileto, que viveu por volta de 640 a.C. e, ao lhe perguntarem: “qual é a coisa mais difícil?”, ele respondeu que: “a coisa mais difícil é conhecer-se a si mesmo”; e ao lhe perguntaram ainda: “como podemos viver uma vida melhor e mais justa?”, ele respondeu: “abstendo-nos de fazer o que censuramos nos outros”. Entre os sábios gregos, o mais notável foi Sócrates; ele nada escreveu, mas ensinou vivendo a filosofia. Para ele, o fundamental era “conhecer-se a si mesmo” pela reflexão. Ele estava convencido de que a virtude identifica-se com a sabedoria e o vício decorre da ignorância, do desconhecimento da verdade.
Pois é, onde poderemos encontrar proteção contra os problemas mundanos? Será que não poderemos encontrá-la “dentro de nós mesmos”? Será que é possível “fechar os olhos físicos e abrir os olhos espirituais”? O que entendemos a respeito da prevalência do espírito sobre os sentidos humanos?
Quando criança, aprendemos na escola que possuímos cinco sentidos: visão, olfato, audição paladar e tato, e que cada um deles tem uma determinada função. Aprendemos também que a vida de relação entre os seres humanos só se efetiva por intermédio desses sentidos. Todas as relações do homem com o mundo ao seu redor, portanto, baseiam-se nesses cinco sentidos.
Há algumas sensações mais ou menos necessárias e mais ou menos intensas. O paladar, por exemplo, se destaca diante de uma suculenta refeição, enquanto que o tato provoca as mais fortes sensações na troca de carícias entre o homem e uma linda mulher. Na realidade, pode-se dizer que o tato e o paladar são os dois sentidos que dominam o mundo, pois a visão, a audição e o olfato revestem-se de menor importância no ser humano, a menos que seus interesses estejam em jogo. O mesmo não acontece com os animais, nos quais esses sentidos estão extremamente desenvolvidos para se proteger e procurar alimentos.
Embora o homem, há milênios, tenha se esforçado para ampliar sua percepção pelo uso dos sentidos, a cultura da civilização humana, no fundo, ainda é tocada no teclado dos cinco sentidos. Seja qual for o grau de afinação desse teclado, os cinco sentidos serão sempre limitados, pois pertencem apenas ao plano físico. Não nos apercebemos que a natureza colocou outras teclas nesse teclado, de intensidade completamente diferente a serem explorados.
Se os humanos procurarem só acumular e amplificar sensações físicas, mais cedo ou mais tarde, ficarão decepcionados com a limitação desses sentidos. Temos a capacidade de olhar tudo, comprar tudo e, mesmo assim, continuamos insatisfeitos com o que possuímos, por não conhecermos a plenitude. Há orientais que cavam buracos na terra e ali se isolam para ficarem em silêncio absoluto, quando os cinco sentidos, através da meditação, são adormecidos. Eles paralisam todo o movimento, ficando só o pensamento. Em seguida param também o pensamento, ficando em comunhão total com o universo e a divindade.
Se a alma, portanto, está demasiadamente voltada para a realidade exterior, ela não consegue fazer despertar outras possibilidades superiores. Quando se quer meditar, o melhor é fechar os olhos, pois assim a atenção fica voltada para dentro de si mesmo. É que, para abrir os olhos espirituais, é preciso fechar os olhos físicos. Caso contrário, os cinco sentidos acabam devorando toda a nossa energia psíquica.
Existem duas formas de conhecimento: o intelectual e o espiritual. O ideal seria o desenvolvimento das duas formas, propiciando assim uma evolução tanto na matéria quanto no espírito. Para conhecer a matéria temos os cinco sentidos, mas para o conhecimento espiritual é preciso um rito de passagem, devendo o espírito descer cada vez mais profundamente na matéria para poder conhecê-la.
São bem conhecidos os estados alterados de consciência que podem ser alcançados pela respiração, pela música ou, melhor, por ambas. Quando o corpo relaxa, a mente fica alerta. Quando se adquire um estágio de domínio suficiente sobre o cérebro e o corpo em geral, outras forças começam a direcionar-nos progressivamente para o lado espiritual. Não existem somente as vibrações responsáveis por nossas impressões táteis, gustativas, olfativas, auditivas e visuais, que afetam diretamente nossa consciência objetiva e dão lugar a imagens mentais compreensíveis para nós.
Quanto mais nos elevamos nos teclados de Espírito, mais temos que apelar para as faculdades da Alma para perceber suas vibrações. Os místicos sempre consideraram que o ser humano, em todos os planos, era o reflexo microcósmico do macrocosmo universal. Essa maneira de ver a existência humana é perfeitamente evocada pelo célebre adágio: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”, atribuído a Tales de Mileto. E nós, como iniciados maçons, temos a obrigação de ajudar a guiar o ser humano para a compreensão das leis naturais e universais que unem toda a humanidade ao seu Criador.

Bibliografia:
- “Maçonaria, a Filosofia do Conhecimento”, de João Francisco Guimarães.
- “A Questão Moral na Filosofia”, de Pedro Juchem, em 2004.

Fundamentos do Escotismo

Definição
O Escotismo é um Movimento Educacional para Jovens, com a colaboração de adultos, voluntários, sem vínculos políticos, que valoriza a participação de pessoas de todas as origens sociais, raças e crenças, de acordo com o Propósito, os Princípios e o Método Escoteiro concebidos por Baden-Powell.

Propósito
O Propósito do Movimento Escoteiro é contribuir para que os jovens assumam seu próprio desenvolvimento, especialmente do caráter, ajudando-os a realizar suas plenas potencialidades físicas, intelectuais, sociais, afetivas e espirituais, como cidadãos responsáveis, participantes e úteis em suas comunidades.

Princípios
Os Princípios do Escotismo são definidos na Promessa Escoteira, base moral que se ajusta aos progressivos graus de maturidade do indivíduo:
1. Dever para com Deus - Adesão aos princípios espirituais e vivência ou busca da religião que os expresse, respeitando as demais.
2. Dever para com a Pátria - Lealdade ao nosso País, em harmonia com a promoção da paz, compreensão e cooperação local, nacional e internacional, exercitadas pela Fraternidade Escoteira.
3. Dever para com o Próximo - Respeito e solidariedade ao próximo, participação ativa no desenvolvimento da comunidade e valorização do equilíbrio da Natureza.

Método
O Método Escoteiro caracteriza-se pelo conjunto dos seguintes pontos, com aplicação eficazmente planejada e sistematicamente avaliada nos diversos níveis do Movimento:
1. Aceitação da Promessa e Lei Escoteira - Todos os membros assumem um compromisso de vivência da Promessa e Lei Escoteiras.
2. Aprender Fazendo - Educando pela ação, o Escotista valoriza:
- o aprendizado pela prática;
- o treinamento para a autonomia, baseado na autoconfiança e iniciativa;
- os hábitos de observação, indução e dedução.
3. Vida em Equipe, denominada nas Tropas “Sistema de Patrulhas”, incluindo:
- a descoberta e aceitação progressiva de responsabilidades;
- a disciplina assumida voluntariamente;
- a capacidade tanto para cooperar como para liderar.
4. Atividades Progressivas, Atraentes e Variadas, compreendendo:
- jogos preferencialmente ao ar livre;
- adestramento em técnicas úteis, estimulado por um sistema de distintivos;
- vida ao ar livre e em contato com a Natureza;
- interação com a Comunidade;
- mística e ambiente fraterno.
5. Desenvolvimento Pessoal pela Orientação Individual considerando:
- a realidade e o ponto de vista de cada membro;
- a confiança nas potencialidades de cada jovem;
- o exemplo pessoal do adulto;
- seções com número limitado de jovens e faixa etária própria.

Posição do Escotismo
O Escotismo, como força educativa, propõe-se apenas a contemplar as influências e benefícios que cada crianças ou jovem recebe do seu lar, de sua escola e de seu credo religioso, e de nenhum modo pode substituir estas instituições, porque é uma atividade destinada a preencher algumas horas semanais de folga da criança ou do jovem.
Igualdade
No Escotismo não cabem distinção nem privilégios de raças, credos, grupos sociais ou sexo. A UEB [União dos Escoteiros do Brasil] aceita, como membros brasileiros de todas as classes sociais, raças e denominação religiosa. Os estrangeiros podem ser admitidos como membros desde que façam ou reafirmem a Promessa.

Serviços
A boa ação diária e o serviço ao próximo e à comunidade são deveres comuns a todos os membros do Movimento, individual ou coletivamente, e nada caracteriza melhor o Escoteiro do que o cumprimento integral dessa atitude. Todos os escotistas e dirigentes devem se empenhar em conseguir oportunidades para a prestação de serviços e a execução de projetos de desenvolvimento comunitário. A UEB e as Regiões auxiliarão em todas as campanhas nacionais e à saúde, o cumprimento dos deveres cívicos, a conservação dos recursos naturais, a defesa passiva e a todos os movimentos similares de cooperação.

Fraternidade Mundial
Todos os membros do Movimento Escoteiro fazem parte da grande Fraternidade Escoteira Mundial e dessa forma concorrem para a paz e a mútua compreensão entre os homens, auxiliando todos os movimentos de cooperação internacional que se coadunam com os interesse e sentimentos nacionais.

Escotismo Básico
O Escotismo Básico procura desenvolver nos jovens o gosto pela vida rural e sertaneja, pelas artes e técnicas mateiras, pelo excursionismo, campismo e montanhismo, pelas viagens em todas as formas de transporte, pelas grandes expedições das regiões desconhecidas, pelo estudo da fauna, flora, mineralogia, geologia e arqueologia e pelos esportes terrestres, incentivando o culto das tradições dos bandeirantes, dos sertanistas e do nosso Exército.

Escotismo do Mar
O Escotismo do Mar procura desenvolver nos jovens o gosto pela vida no mar, pelas artes e técnicas marinheiras, pela navegação à vela e a motor, pelas viagens em transportes marítimos, pela pesca, pelo estudo da oceanografia, pela exploração e esportes submarinos e pelos esportes náuticos, incentivando o culto das tradições de nossa Marinha.

Escotismo do Ar
O Escotismo do Ar procura desenvolver nos jovens o gosto pelo aeromodelismo, pelos planadores, pelos helicópteros e aviões, pelos problemas de aeroportos, aeronavegação e aeropropulsão, pelo pára-quedismo e pelos esportes aéreos, pelo estudo da meteorologia e da cosmografia, pelos foguetes espaciais, pelos satélites artificiais e pelo cosmonáutica, incentivando o culto das tradições da nossa Aeronáutica.

Teosofia. O que é isso, afinal?

Não se anime demais. Até mesmo teosofistas de longa data fazem confusão quando se trata de definir “Teosofia”. Leia com atenção as referências que passamos a seguir, e tire suas próprias conclusões.
O Que é Teosofia?
Ainda no Século XIX, Helena Petrovna Blavatsky - a mais conhecida personalidade do grupo que, em 1875, fundou a Sociedade Teosófica, descreveu com suas palavras o que seria “Teosofia”. O artigo “What is Theosophy?” foi escrito para o primeiro número do jornal “The Theosophist” - que se tornou a revista oficial da Sociedade Teosófica até a atualidade. Recomendamos que, antes de prosseguir esta leitura, você leia o texto original em inglês ou procure a tradução para o português nos sites da Loja Virtual ou da Loja Fênix.
Já leu? Então vamos em frente.
A Sociedade Teosófica postula oficialmente que: “a palavra Teosofia significa, essencialmente, uma autêntica vivência ou realização direta da Verdade”. também esclarece que “a ST não é uma religião e a Teosofia não é um credo ou doutrina”.
A opinião oficial também alega que “Esta possibilidade de conhecimento - que é tratada na ST como uma hipótese - uma vez alcançada implicaria, necessariamente, na realização simultânea de uma Sabedoria (“sophia”) transcendente e sublime; e as pessoas que a alcançam são, por isto mesmo, referidas como divinas (“theoi”, do grego “deuses”).
“Assim, a palavra Teosofia significa, em essência, o verdadeiro e puro Altruísmo ou Sabedoria. Cabe lembrar ainda que a ST não define o que seja esta Sabedoria pois, se o fizesse, estaria formulando uma doutrina, e a aceitação desta doutrina não implicaria na realização da Teosofia, mas, tão somente, na adoção de um novo credo.”
Cabe esclarecer que, a despeito da boa intenção evidente nas palavras citadas, há alguns erros conceituais que podem decorrer dessas assertivas. Gostaríamos de elucidá-los para você.
Primeiro: sabedoria e conhecimento são coisas diferentes. Ao afirmarmos que a Teosofia é uma sabedoria, não podemos alegar que ela é uma “possibilidade de conhecimento”. O conhecimento é uma representação intelectual do mundo. A sabedoria é uma habilidade ou destreza para lidar com o mundo.
Segundo: o conceito de “verdade” é extremamente controverso e não deveria ser aplicado à definição do campo de trabalho do teosofista. Cada um de nós tem uma percepção muito pessoal acerca do que acontece ao nosso redor, e essa percepção é o que chamamos de “realidade”. A “verdade” é aquilo que acontece de fato e a realidade é apenas a parcela que somos capazes de perceber da verdade. Só podemos conhecer o real, e eventualmente intuir o verdadeiro.
Terceiro: se a Teosofia pode ser chamada, por qualquer razão, de “conhecimento”, então seu corpo será considerado uma doutrina. Afirmar que “a Teosofia não é um credo ou doutrina” contradiz o fato de que o mais importante livro da literatura teosófica se chama “A Doutrina Secreta”.
Quarto: se aceitarmos a tradução da voz grega “theoi” por “deuses”, estaremos fugindo de um esclarecimento oferecido por Platão, e referido por H.P.Blavatsky. Ele deriva “theós” de “theô” (verbo que significa “correr” - como objetos em movimento ou como linhas imaginárias) e descreve os “theoi” como os “moventes”, relacionando-os aos planetas, que são “estrelas” móveis. O sentido de “theos”, na palavra teosofia, seria, portanto, mais para “móvel”, ou “dinâmico”, do que para “divino”. Isso faz sentido se pensarmos que a sabedoria só se revela na ação. Não existe sábio na teoria, mas apenas na prática - a sabedoria é dinâmica por definição. Cabe esclarecer também que só quem dava importância aos deuses, na antigüidade eram os sacerdotes. Os deuses são retratados em todos os mitos relacionados aos Mistérios como inimigos da Humanidade. Por que razão haveriam os teosofistas de homenageá-los agora?
A Antigüidade do termo
Embora haja um grande romantismo acerca da antigüidade do termo “teosofia”, que teria sido utilizado pelos neo-platônicos e por outros pensadores do passado (quase todos considerados como iniciados nos Mistérios), o fato é que a escolha desse termo pelos fundadores da Sociedade Teosófica foi quase acidental.
Para ser preciso, havia uma predileção por adotar uma designação egípcia ou rosacruciana para a nova sociedade, que nasceu em uma reunião de apaixonados pelo misterioso e pelo extraordinário, realizada no apartamento de madame Blavatsky em Nova Iorque. O termo “teosofia” foi sacado de um dicionário, numa das reuniões do grupo (que incluía H.S. Olcott, William Q. Judge, e mais quinze ou dezesseis outras pessoas - entre eles o presidente da Sociedade dos Espíritas de Nova Iorque), e a leitura do significado da palavra agradou a todos.
A definição que atualmente se atribui ao termo “teosofia”, portanto, não surgiu antes da Sociedade Teosófica (nem foi a inspiração para sua fundação), mas foi elaborada posteriormente, como justificativa para o tipo de produção literária que a nova entidade estava oferecendo ao mundo. A necessidade de esclarecer essa definição fica muito evidente logo no primeiro parágrafo do texto (já citado, “What is Theosophy”) elaborado por Blavatsky, que declara o quanto eram freqüentes as dúvidas em razão de concepções errôneas sobre o termo (mesmo entre os próprios teosofistas). O artigo de Blavatsky sobre o tema constitui a primeira referência coerente sobre o assunto.
Posteriormente, diversos membros da Sociedade Teosófica redigiram suas próprias interpretações sobre o que seria a Teosofia e sobre o que poderia e o que não poderia ser considerado “teosófico”. Os mais conhecidos foram os trabalhos de Annie Besant, C.W. Leadbeater e Curupumullage Jinarajadasa (este último escreveu os “Fundamentos de Teosofia”).
O Que dizem os Outros?
Se os fundadores da Sociedade Teosófica foram buscar num dicionário a palavra “teosofia”, o que aconteceria se fizéssemos a mesma consulta hoje?
O que é curioso sobre qualquer movimento que propõe conceitos diferenciados ou originais sobre qualquer que seja o assunto, é que seus integrantes costumam se ofender com as opiniões dos outros acerca daquilo que estão fazendo. Isso ocorre com os praticantes de ioga, com os religiosos, com os estudiosos de filosofia, e até mesmo com aficcionados de alguma escola de arte. Assim são também os teosofistas - os simpatizantes das causas teosóficas - com relação àquilo que aparece em dicionários e enciclopédias a respeito de suas doutrinas ou de sua organização.
Os verbetes “TEOSOFIA” e correlatos, na Grande Enciclopédia Larousse Cultural, por exemplo, trazem o seguinte:
TEOSOFIA s.f. (Do gr. theosophia, de theos, Deus + sophia, sabedoria.) 1. Conjunto de doutrinas filosófico-religiosas que têm por objeto a união do homem com a divindade, mediante a elevação progressiva do espírito até a iluminação. - 2. Conjunto de doutrinas filosófico-religiosas criado por H. P. Blavatsky.
TEOSOFISTA s.m. e f. Pessoa que segue uma doutrina teosófica; teósofo.
TEÓSOFO s.m. (Do gr. theosophos.) 1. Adepto ou seguidor da teosofia de H. P. Blavatsky. - 2. Teosofista.
Essas definições expressam uma visão bastante correta para quem está fora do movimento teosófico. Vale lembrar que muitos editores têm o cuidado de consultar especialistas bastante respeitados para redigir verbetes como estes numa enciclopédia. É importante lembrar que a enciclopédia ou o dicionário não têm qualquer compromisso de difundir a concepção que a Sociedade Teosófica defende para o termo “Teosofia”, uma vez que o vocábulo também se aplica, no mínimo, às idéias do pensador seiscentista Jacob Boehme e ao movimento neo-platônico de Alexandria - especialmente na forma atribuída à liderança de Amonios Sakkas.
Menos feliz é o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa (por Francisco Fernandes, Pedro Luft, Celso F. Fernandes, F. Marques Guimarães e colaboradores), publicado pela Ed. Melhoramentos. Para o verbete Teosofia e similares ele postula:
TEOSOFIA s.f. Doutrina de várias seitas que pretendem achar-se iluminadas pela divindade e intimamente ligadas com ela; ciência de Deus; iluminismo.
TEOSOFISMO s.m. Caráter das especulações teosóficas.
TEOSOFISTA s. 2 gên. Pessoa adepta das teorias teosóficas.
TEÓSOFO s.m. Aquele que é versado nas teorias teosóficas e as ensina. (Do gr. theosophos.)
Bem se percebe que, neste caso, não foram adequadamente contemplados nem os teosofistas modernos nem os antigos. Não há referência à Teosofia interpretada por H.P.Blavatsky, nem tampouco se esclarece a teosofia de Boehme ou a dos neo-platônicos.
As Outras Teosofias
O termo “Teosofia” foi utilizado pelo menos por duas vezes antes de ser remodelado por Helena Blavatsky. O artesão filósofo Jacob Boehme, no século XVII marcou um desses momentos. A filosofia de Jâmblico, Porfírio, Proclo e outros pensadores antigos vinculados aos Mistérios marca o outro momento. Vamos retratar um pouco de cada uma delas, por curiosidade.
Boehme
A Teosofia do auto-entitulado “filósofo teutônico” Jacob Boehme é de uma chatice infinita. É teológica, simbolista, extremamente racional e tremendamente confusa. Tome-se como exemplo esse trecho “esclarecedor” de seu prefácio ao leitor da obra “Seis Pontos Teosóficos” (1620):
“(...) não considerem impossível ver e conhecer tais mistérios, e pedimos que ponderem na comparação que se seguirá”.
“Se houvesse [imaginai] uma vida mista que tivesse brotado de todas as vidas, e nelas houvesse uma segunda vida, esta, embora nascida de todas as outras vidas, estaria livre de todas essas vidas, e no entanto residiria em todas as essências da vida. Esta segunda e nova vida seria iluminada pela luz e estaria apenas em si mesma, de modo que poderia contemplar todas as outras vidas, e estas não poderiam contemplar nem apreender a nova vida”.
“É isso o que ocorre a todo aquele que, a partir da vida mista do bem e do mal, é novamente gerado em e por Deus. Essa nova imagem engendrada na vida de Deus contempla todas as vidas naturais, e para ela nada há de estranho ou difícil, pois pode contemplar a raiz da qual brotou. (...)” 1
Por felicidade não é essa a Teosofia que os seguidores de H. P. Blavatsky precisam conhecer.
Antigüidade
Há uma referência à “teosofia” que remonta à Antigüidade Clássica (cerca de 300 a.C.), e avança até o quinto século da Era Cristã. Essa Teosofia está relacionada a Jâmblico, Proclo, Porfírio e outros autores, perdendo-se posteriormente na literatura de apologia do Cristianismo. Há, por exemplo, um conhecido escrito cristão do século V, chamado “Teosofia de Tübingen”, que cita alguns desses antigos escritos teosóficos para atestar a supremacia do pensamento cristão.
Essa Teosofia Antiga tem como fonte principal as práticas de Mistérios, amplamente difundidas por todo o Mediterrâneo, Egito e Mesopotâmia antes da cruel perseguição do sanguinário Alexandre, o Macedônio. A essa fonte os teósofos da Antigüidade acrescentaram o pensamento de Platão, Pitágoras e Orfeu, de um lado, e os Oráculos Caldeus, de outro. Oriente e Ocidente, a mesma mistura que caracterizou a literatura teosófica moderna.
O resultado do trabalho desses teósofos antigos foi o desenvolvimento de uma prática conhecida como “Teurgia”, da qual Jâmblico faz uma interessante defesa na obra “Acerca dos Mistérios do Egito” (em grego: Perì tõn aigyptíon mysteríon) 2.
O Futuro
A Teosofia é terra de ninguém e herança de todos. Ainda que tenha se expressado através de uma literatura bastante variada, como uma doutrina orientada para o místico, ela é essencialmente uma postura prática perante a vida. É um conjunto de valores que só pode ser entendido quando é realizado. Por definição, está em todas as Culturas e não pertence a nenhuma delas.
O teosofista é alguém determinado a descobrir o melhor em cada ser humano, e a reconhecer a presença divina em todas as coisas. Qualquer trabalho braçal, qualquer arte, qualquer ofício e qualquer produção intelectual pode ser chamado “teosófico” se revela a presença da sabedoria em sua constituição.
A Teosofia é um modo de lidar com o mundo, e, por isso, não está limitada a circunstâncias culturais de épocas ou lugares. É atemporal e não-localizada. Não pode ser possuída nem destruída, mas apenas ser reencontrada, ou novamente perdida. Não está sob a guarda de ninguém, mas é protegida inconscientemente por nós, em cada uma de nossas células, e por todas as forças da Natureza.
Silenciosa como um rochedo, no entanto revela-se como uma música indescritível que nos leva à euforia e ao êxtase, quando praticada.
Isso parece apenas poesia? Então leia o que Jâmblico escreveu, há 23 séculos:
“... não é demais dizer que a alma consiste sobretudo em harmonia e ritmo. Por conta disso, o entusiasmo é próprio somente à alma.” (“Acerca dos Mistérios do Egito”, III, 9).
O mesmo poderíamos dizer da Teosofia.
O futuro da Teosofia depende de nosso entusiasmo, pois a Teosofia é a linguagem de nossa alma. É o modo de ser que nos torna perfeitos, à maneira pessoal e única de cada um de nós.
Se você concorda com isto e também deseja integrar-se à corrente teosófica, basta apenas descobrir o lado bom de sua própria vida, e procurar ser sinceramente feliz. Então, você já estará fazendo a sua parte no esforço para que a Teosofia continue presente em nossa civilização.

1 Uma reprodução, na íntegra, dessa obra se encontra em “Ciência, Sentido & Evolução - A Cosmologia de Jacob Boehme”, de Basarab Nicolescu, Ed. Attar, 1995 - São Paulo. O trecho reproduzido está às páginas 167-168.
2 A melhor edição de “Acerca dos Mistérios do Egito” foi publicada na França pela Société d’édition Les Belles Lettres, trazendo completo o original grego, consolidado a partir de distintos manuscritos, e traduzido para o francês pelo jesuita Édouard des Places.
[o princípio da liberdade de pensamento é uma das pedras fundamentais do pensamento teosófico, consagrado em resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica (internacional) em dezembro de 1924]

Autor: Carlos Eduardo Gonzales Barbosa

A Lei do Karma e a Reencarnação

Lei do Karma e Reencarnação são temas de uso corrente no Oriente há muitos séculos. Progressivamente, foram introduzidos no Ocidente a partir da fundação da Sociedade Teosófica, em Nova York no ano de 1875, e atualmente, pelo menos como idéias, têm penetrado no mundo.
A Lei do Karma, segundo Helena Blavatsky, é a lei infalível que ajusta o efeito à causa, nos planos físico, mental e espiritual do ser humano, por isso é também conhecida como a Lei de Causa e Efeito. Assim, essa lei não só mantém as estrelas em suas rotas, como ajusta as relações morais resultantes do poder de escolha, o livre-arbítrio, uma das características distintivas do ser humano. A Lei do Karma é a lei principal, pois dela emanam todas as outras. Todas as leis, como a vida, têm um princípio de causa e efeito.
A principal concepção de Karma - “Tal como o homem semeia, assim colherá” – é fácil de aprender, por isso algumas vezes é chamada de lei do plantio e da colheita. O ser humano deve aprender a observar o Karma como lei universal da natureza, e entender também que, ao considerar a natureza como um todo, só poderá conquistá-la e dominá-la obedecendo as suas leis.
As leis artificiais são mutáveis, sendo que os que as fazem podem alterá-las ou revoga-las. As naturais são imutáveis e não podem ser alteradas nem revogadas, pois fazem parte da natureza das coisas. As leis artificiais são locais, enquanto que as naturais são universais. Em qualquer país, o roubo pode ser castigado com alguma penalidade escolhida pelo legislador. A penalidade, que é local e da qual é possível escapar, prova que a lei é artificial e não natural. A lei natural não tem penalidades, mas uma condição segue-se invariavelmente à outra; se o homem rouba, sua natureza torna-se a de um cleptomaníaco, a tendência à desonestidade aumenta, a dificuldade em se manter honesto torna-se maior. Essa conseqüência aparece em todos os países, e o fato de os outros conhecerem ou não o ladrão não faz diferença.
Se o ser humano semear pensamentos negativos em sua mente, é isso o que vai obter ou colher na vida: resultados negativos. No entanto se semear pensamentos positivos, ele colherá resultados positivos. Em outras palavras, se fizer ou falar alguma coisa, essa é a causa, então deve esperar pelas conseqüências, ou seja, o efeito.
Um exemplo difícil de ignorar é a Lei da Gravidade, que é como todas as Leis Universais, também vinculada à lei de causa e de efeito. Se você pular, cair ou for empurrado de uma ponte, ou de um prédio alto, ou de qualquer outra construção alta, você cairá na água, ou no chão e, provavelmente encerrará a sua existência terrena. O salto, a queda e o empurrão são a causa, a colisão com o que estiver embaixo é o efeito. Portanto, observe que a Lei do Karma age em todo o lugar do planeta sem falhar. Não há exceções, pois é a Lei.

Bibliografia: “Um Estudo sobre o Karma”, de Annie Besant

Os Landmarks

1. A Maçonaria é uma fraternidade iniciática que tem por
fundamento tradicional a fé em Deus, O Grande Arquiteto do Universo.

2. A Maçonaria refere-se aos "Antigos Deveres" e aos
"Landmarks" da Fraternidade, especialmente quanto ao absoluto
respeito das tradições específicas da Ordem , essenciais à
regularidade da Jurisdição.

3. A Maçonaria é uma ordem, à qual não podem pertencer senão
homens livres e de bons costumes , que se comprometem a pôr
em prática um ideal de paz.

4. A Maçonaria visa ainda, o aperfeiçoamento moral dos seus
membros, bem como, de toda a humanidade.

5. A Maçonaria impõe a todos os seus membros a prática exata
e escrupulosa dos ritos e do simbolismo, meios de acesso ao
conhecimento pelas vias espirituais e iniciáticas que lhe são
próprias.

6. A Maçonaria impõe a todos os seus membros o respeito das
opiniões e crenças de cada um. Ela proíbe-lhes no seu seio toda
a discussão ou controvérsia, política ou religiosa. Ela é ainda
um centro permanente de união fraterna , onde reinam a tolerante
e frutuosa harmonia entre os homens, que sem ela seriam
estranhos uns aos outros.

7. Os Maçons tomam as suas obrigações sobre um volume da
Lei Sagrada, a fim de dar ao juramento prestado por eles, o
caráter solene e sagrado indispensável à sua perenidade.

8. Os Maçons juntam-se, fora do mundo profano, nas Lojas
onde estão sempre expostas as três grandes luzes da Ordem:
um volume da Lei Sagrada, um esquadro, e um compasso,
para aí trabalhar segundo o rito, com zelo e assiduidade e
conforme os princípios e regras prescritas pela Constituição
e os Regulamentos Gerais de Obediência.

9. Os Maçons só devem admitir nas suas lojas homens maiores
de idade, de ilibada reputação, gente de honra, leais e
discretos, dignos em todos os níveis de serem bons irmãos,
e aptos a reconhecer os limites do domínio do homem e o
infinito poder do Eterno.

10. Os Maçons cultivam nas suas Lojas o amor da Pátria, a
submissão às leis e o respeito pelas autoridades constituídas.
Consideram o trabalho como o dever primordial do ser humano
e honram-no sob todas as formas.

11. Os Maçons contribuem pelo exemplo ativo do seu
comportamento são, viril e digno, para irradiar da Ordem
no respeito do segredo maçônico.

12. Os Maçons devem-se mutuamente, ajuda e proteção
fraternal, mesmo no fim da sua vida. Praticam a arte de
conservar em todas as circunstâncias a calma e o equilíbrio,
indispensáveis a um perfeito controle de si próprio.

Fonte: http://www.lojasmaconicas.com.br/macom/landmark.htm

De Escoteiro a Maçom

Tudo começou em 22-02-1857, data esta que soma 27 e que resultará em 9, número muito representativo para os maçons, e visto pela numerologia, sabemos que muito influenciou a vida de Robert Stephenson Smith Baden Powell, caçula de 12 irmãos, como os apóstolos.
Da mesma forma que o mais jovem dos apóstolos João o evangelista, acredito, teve uma missão divina, muito embora tenha ficado órfão de pai aos 3 anos, neste ponto não temos mais dúvidas quanto ser ele predestinado, certamente um estudo cabalístico o comprovará.
É uma escola mútua, cujo programa se resume em obedecer às leis, amar o próximo e trabalhar sem descanso, para a felicidade do gênero humano, promovendo a sua emancipação progressiva e pacífica.
Em síntese, o nosso objetivo é cativar o espírito em plena fase ardente e entusiasta, orientá-lo no bom caminho e estimular o desenvolvimento de sua individualidade. Deste modo, pode educar-se a si próprio e vir a ser um homem de bem e um cidadão útil a seu país.
Assim agindo, nós pretendemos estar servindo a pátria, fortalecendo-a moral e materialmente, fazendo, com isso, que se propicie: "Paz e Boa Vontade entre os Homens".
Neste pequeno preâmbulo, saberiam os Irmãos definir a origem doutrinária do conteúdo?
Maçônico ou Escoteiro?
Ao sermos admitidos, é mister que tenhamos, obrigatoriamente, uma religião, seja ela qual for, pois desta maneira temos a consciência da existência de um criador incriado, pois só ele conduzirá nosso barco (vida) ao porto seguro, o verdadeiro norte, norte, este, que, na maioria dos mapas e bússolas, é representado por uma flor de Liz; Flor, esta, que é o símbolo do Movimento Escoteiro.
Observemos o significado intrínseco deste símbolo, que é representado por seis pétalas, sendo que três se erguem ao firmamento e têm como significado as três partes da Promessa Escoteira: Deus, Pátria e Próximo. E será que também não representa, por exemplo, Sabedoria, Força e Beleza? Quero crer que a presença do número três ficou bem evidenciada. E as outras três pétalas como ficam? Para a compreensão do escotismo, elas são apenas parte do todo sem maiores significados, mas, para nós e o fundador do movimento, será que não nos transporta à Tábua de Esmeraldas, quando nos diz categoricamente que:
"O QUE ESTÁ EM CIMA É COMO O QUE ESTA EMBAIXO", ou seja, o macro e o microcosmo, e cabe observar que na altura do centro da flor existe um anel circundante, que representa a união de todos os escoteiros ou seria dos maçons? Sendo a figura representada no plano, poderemos dizer que no anel está estampado o nível, como também vemos, no centro e na vertical o prumo, que no escotismo declaramos ser a agulha da bússola, no centro e abaixo do listel onde se lê “Sempre Alerta”, encontramos pendente um nó que certamente é um dos 81 conhecidos por nós, e representa para o escoteiro a Boa Ação, que é uma das virtudes.
Já em uma passagem do "Livro da Selva" (Jungle Book) de RUDYAR KIPLING, que é o sustentáculo filosófico e alegórico de um dos ramos do movimento, lê-se o seguinte:....ao ser apresentado à alcatéia, como novo membro, era colocado diante de todos, e o Akelá (Ven.Mestre) sentado na rocha do conselho (trono) dizia: "olhai bem lobos, olhai bem". Neste instante, como fogos de artifício espoucando em profusão, assola-nos a lembrança de nossa iniciação, no momento exato em que nos é dada a luz, pois deparamo-nos com todos os Irmãos a nos fitar para reconhecer-nos como efetivos membros da comunidade.
Será coincidência?
Continuemos. Durante um período, é dado a conhecer ao novo membro as leis que regem a nossa organização, leis básicas e imutáveis, que chamamos de Lei do Lobinho, Escoteiro ou, quem sabe, seriam "Landmarks", isto vai depender somente de onde nos encontramos no momento, apesar de não ter a mesma redação, tem o mesmo fim: um grafado para os jovens do Mov. Escoteiro e o outro para os maçons.
Passado este período, que pode ser de alguns meses no escotismo ou alguns pares de horas em forma de instrução para os maçons, efetiva-se a Promessa do jovem ou mesmo de um adulto, cerimônia, esta, que nada mais é do que uma Iniciação, pois o candidato presta seu compromisso, não diante do altar dos juramentos, mas diante de um altar da mais alta simbologia, pois o compromitente tem a sua frente, como testemunha, os símbolos pátrios e a promessa é feita a si próprio.
Já em nossa ordem, realizamos, durante nossa iniciação, três viagens, e três vezes somos purificados: uma vez pelo ar, uma pela água e outra pelo fogo. Já no escotismo, as viagens tornam-se mais palpáveis e as purificações, muito embora não tenham esta conotação, são realizadas.
O movimento escoteiro, em sua forma original, divide-se em três ramos, o que para nós seriam os graus. Que são divididos por faixas etárias, tendo ainda mais um ramo que foi agregado após sua fundação.
Ramo Escoteiro de 11 a 14 anos ou seriam aprendizes?
Ramo Sênior de 15 a 18 anos ou seriam companheiros?
Ramo Pioneiro 19 a 23 anos ou seriam mestres?
Ramo Lobinho 07 a 10 anos ou seriam Lowtons?
Vejamos como é feita a analogia das viagens da ordem no escotismo:
1ª Viagem efetiva-se no ramo escoteiro, onde se tem por método o desenvolvimento através das atividades competitivas, de ordem física, cultural e social, período de nossa vida onde os trovões da impaciência e da insegurança ribombam sobre nós.
2ª Viagem é vivenciada no ramo sênior, onde a base das atividades são os desafios, morais, culturais, físicos e sociais, onde se aprende a controlar as paixões que nesta fase são latentes.
3ª Viagem é vivida pelo ramo pioneiro, que tem por escopo Servir, e somente quem exercita fazer o bem ao próximo pode suavemente percorrer um caminho que certamente será de serenidade.
Faz parte dos usos e costumes do escotismo, a cada vez que um membro passa de um ramo (grau) para outro, faz-se uma cerimônia chamada passagem, onde se lhe propõe um pequeno desafio, que tem por finalidade ratificar sua autoconfiança.
Na cerimônia de passagem do ramo lobinho para escoteiro, os jovens atravessam um rio imaginário (aí está a prova da água).
Já na passagem do ramo escoteiro para sênior, o jovem deve vencer uma pequena distância através de cordas suspensas em árvores ou afins (aí está a prova do ar).
Por fim, o escoteiro quando é recebido no ramo pioneiro e é investido como escudeiro, neste cerimonial é imprescindível a presença de uma chama, seja de uma vela, lamparina, tocha ou fogueira. (aí está a prova do fogo).
E mais uma vez podemos questionar: será tudo uma grande coincidência?
É sabido que em nossa ordem (maçônica) nos reconhecemos por sinais, toques e palavras, então o que seria a saudação do escoteiro senão um sinal. Atentemo-nos a forma com que se faz tal saudação:
1º) ergue-se o braço direito perpendicularmente ao corpo formando desta forma um esquadro;
2º) coloca-se o antebraço verticalmente erguido, formando aí mais um esquadro;
3º) estando com a mão espalmada para frente, fazemos com que o dedo mínimo se curve o bastante para o polegar repousar sobre sua falange distal, ficando em riste apenas os três dedos (indicador, médio e anular), indicando as três partes da Promessa (juramento) do escoteiro, que são Deus, Pátria e Próximo, formando também o nosso conhecido tri-ponto. A posição dos dedos polegar e mínimo representa a ajuda do mais forte ao mais fraco.
É também simbólico o aperto de mãos escoteiro (ou toque), pois este cumprimento é trocado apenas entre os irmãos escoteiros, isto mesmo, os escoteiros tratam-se como nós, por irmãos; será o acaso novamente presente?
Bem, voltemos ao 'toque', quero dizer ao aperto de mãos, que é dado com a mão esquerda, por dois motivos: um histórico e outro simbólico. O histórico está calcado no costume dos guerreiros Zulus, que vivem na África, que como prova de confiança e amizade, literalmente baixavam sua guarda, ou seja, seu escudo, que era sustentado pela mão esquerda, para cumprimentar um verdadeiro amigo. O simbolismo está em ser a mão situada do lado do coração, e que por sua vez canaliza energias positivas ao cumprimentado.
Vejamos como efetivamente é o aperto de mãos dos escoteiros:
1º) estende-se o antebraço para frente e em perpendicular com o corpo, formando-se assim um esquadro com o braço;
2º) ao se tocarem as mãos, entrelaçamos os polegares, e simultaneamente, faremos o mesmo com os dedos mínimos, deixando novamente os três dedos (indicador, médio e anular) formando um ternário.
Sempre que houver o cumprimento, obrigatoriamente, deve-se fazer a saudação, formando-se assim três esquadros.
Todos sabemos a força que está contida no verbo e que ele é uma das armas mais poderosas à disposição do homem, pois da mesma forma que ela destrói, também movimenta e cria, é uma verdadeira chave, e como para nós o lema do escoteiro, "Sempre Alerta", tem a mesma função da palavra usada por nós, existem variações conforme o ramo (grau), e acompanha sempre o aperto de mão e a saudação.
E o que dizer do acessório usado pelo monitor escoteiro, que é um bastão (Ou seria uma vara?) cilíndrico de madeira e de aproximadamente 1,5m de altura, encimado pelo símbolo da patrulha. Para uma compreensão melhor, é importante saber que muitas das informações passadas para os jovens pelo seu chefe (ven.mestre) são conduzidas pelos monitores (ou seriam diáconos?). Ainda como uma última constatação, atentem para palma escoteira (aplauso); que é composta da seguinte freqüência: 4+2+2, 4+2+2, 4+4+1, que se atentos estivermos contaremos um total de 25 pancadas, que na numerologia resultará no cabalístico 7. (palma ou bateria?)
Talvez não possa declinar mais a respeito dos símbolos encontrados, não pelos Irmãos que terão acesso a este opúsculo, mas pela minha própria ignorância, e nem é minha intenção induzir a opinião dos Irmãos a esta verdade, mas ainda me atrevo a demonstrar-lhes mais alguns tópicos, como o padroeiro do escoteiro, que, além de ser o santo padroeiro da Inglaterra, era um Cavaleiro medieval, São Jorge, é em geral apresentado a cavalo atacando um dragão que queria devorar uma donzela. É apenas uma imagem simbólica, pois o dragão representa a idolatria, e a donzela a fé, e como tal representa o bem e aos demais cavaleiros engajados nas cruzadas, atacando constantemente os vícios e defendendo galhardamente as virtudes, mantendo-se sempre em busca do Santo Graal.
A filosofia que norteia o escotismo baseia-se no espírito escoteiro, que poderíamos chamar perfeitamente de consciência maçônica e não erraríamos, e também no método conhecido como aprender fazendo, que tenho certeza poderia ser reconhecido como um dos princípios da nossa ordem, que é o auto-crescimento.
Tenciono com estas analogias feitas, provocar em nossa comunidade a busca do verdadeiro reconhecimento, de que assim como apadrinhamos os Lowtons, os capítulos De Molay, as filhas de Jó, que efetivamente trabalham em nossos templos, possamos também reconhecer o Movimento Escoteiro como uma verdadeira obra da maçonaria, que tem seus trabalhos realizados em céu aberto e de uma forma não ritualística.
Pois creio, meus Irmãos, que somente sendo muito séptico para concluir que tudo não passa de mera coincidência.
Porto Alegre, 23 de Abril de 2000
Autor: Um Mestre Maçom

As Sete Leis Herméticas

1ª Lei do Mentalismo
O universo é mental ou Mente. Isso significa que todo universo fenomenal é simplesmente uma criação mental do TODO... Que o universo tem sua existência na Mente do TODO.
Uma outra maneira de dizer isso é: "tudo existe na mente do Deus e da Deusa que nos 'pensa' para que possamos existir. Toda a criação principiou como uma idéia da mente divina que continuaria a viver, a mover-se e a ter seu ser na divina consciência."
"O Universo e toda a matéria são consciência do processo de evolução."
Minha opinião é que todas as matérias são como os neurônios de uma grande mente, o universo consciente, que "pensa".
Todo o conhecimento flui e reflui de nossa mente, já que estamos ligados a uma mente divina que contem todo o conhecimento.
É claro que não estamos conscientes de "todo o conhecimento" em qualquer momento dado, por que seria uma tarefa exorbitante manuseá-lo e processa-lo e ficaríamos loucos no processo.
Os cinco sentidos do cérebro humano atuam tanto como filtros como fontes de informação. Eles bloqueiam uma considerável soma de informação caso contrário seriamos esmagados por informações que nos bombardeiam minuto a minuto como sons, cheiros e até idéias, não seriamos capazes de nos concentrarmos nas tarefas especificas em mãos. Mas sob condições corretas de consciência podemos moderar, ou até desligar o processo de filtração, com a consciência alterada, o conhecimento universal (i.e. Registros Akáshicos) torna-se acessível. Abramos nossa mente ao TODO (i.e. o Uno, Deusa + Deus). Deixemos o conhecimento entrar.
2ª Lei da Correspondência
"Aquilo que está em cima é como aquilo que está embaixo."
Essa lei é importante porque nos lembra que vivemos em mais que um mundo.
Vivemos nas coordenadas do espaço físico, mas também vivemos em um mundo sem espaço e nem tempo. A perspectiva da Terra normalmente nos impede de enxergar outros domínios acima e abaixo de nós. A nossa atenção está tão concentrada no microcosmo que não nos percebemos o imenso macrocosmo à nossa volta.
O principio de correspondência diz-nos que o que é verdadeiro no macrocosmo é também verdadeiro no microcosmo e vice-versa.
Portanto podemos aprender as grandes verdades do cosmo observando como elas se manifestam em nossas próprias vidas.
Por isso estudamos o universo: para aprender mais sobre nós mesmos.
Na menor partícula existe toda a informação do Universo.
3ª Lei da Vibração
Todas as coisas se movimentam e vibram com seu próprio regime de vibração. Nada está em repouso. Das galáxias às partículas sub-atômicas, tudo é movimento.
Todos os objetos materiais são feitos de átomos e a enorme variedade de estruturas moleculares não é rígida ou imóvel , mas oscila de acordo com as temperaturas e com harmonia com as vibrações térmicas do seu meio ambiente.
A matéria não é passiva ou inerte, como nos pode parecer a nível material, mas cheia de movimento e ritmo. Ela dança.
4ª Lei da Polaridade
A polaridade é a chave de poder no sistema hermético. Tudo é dual. Os opostos são apenas extremos da mesma coisa. Energia negativa (-) é tão "boa" ou "má" quanto energia positiva (+).
5ª Lei do Ritmo
Tudo está em movimento, à realidade compõe-se de opostos. E os opostos se movem em círculos. As coisas recuam e avançam, descem e sobem, entram e saem. Mas também giram em círculos e espirais. A lei do ritmo nos assegura que cada ciclo busca sua complementação. A grande roda da vida esta sempre fazendo um circulo. O que se muda é o tamanho desse círculo.
6ª Lei do Gênero
O principio hermético do gênero diz que todos têm componentes masculinos e femininos. É uma importante aplicação da lei da polaridade. É semelhante ao principio com o principio animas animus que Carl Jung e seus seguidores popularizaram, ou seja que cada pessoa contém aspectos masculinos e femininos, independente do seu gênero físico, nenhum ser humano é 100% homem ou mulher, e isso é até astrologicamente explicado, uma vez que todos somos influenciados por todos os signos (uns mais, outros menos), e metade do zodíaco é feminino, enquanto que a outra metade é obviamente masculina (Esse é mais um argumento que suporta a igualdade entre Deus e Deusa).
Em todas as coisas existe uma energia receptiva feminina e uma energia projetiva masculina, a que os chineses chamavam de Yin Yang (e o que os bruxos chamam de Deusa e Deus).
7ª Lei de Causa e Efeito
Em sua forma tradicional, a lei de causa e efeito diz que nada acontece por acaso, que para todo efeito existe uma causa, e que toda causa é, por sua vez, um efeito de alguma outra causa.
Tábua de Esmeraldas - Hermes Trismegisto
"Isto é verdade, sem mentira, muito verdadeiro" (a verdade nos três mundos)
"O que está embaixo é como o que está em cima" (Lei da Analogia)
"E o que está em cima é como o que está em baixo" (Lei da Correspondência)
"E como todas as coisas vêm e vieram do Um" (Lei do número)
"Assim todas as coisas são únicas por adaptação" (Lei da Adaptação)
"O Sol é seu pai; a Lua é sua mãe; o vento carregou-o no ventre; a terra é sua nutriz" (os quatro elementos)
"Separarás a terra do fogo, o sutil do espesso, docemente como Grande Indústria" (Arcano da Salvação, separação da matéria do espírito)
"Ele sobe da Terra para o Céu, e de novo desce a Terra e recebe a força das coisas superiores e inferiores" (Lei da Evolução/Involução)
"Terás por esse meio toda glória do número e toda escuridão se afastará de ti. É a Força forte de todas as Forças." (Lei do Amor e do Sacrifício)
"Por que ele vencerá toda coisa sutil, e penetrará toda coisa sólida." (É pela lei do amor que o espírito move o Universo)
"Assim foi criado o mundo" (Lei da Realização)
"Disso saíram inúmeras adaptações cujo meio está aqui. Por isso fui chamado de Hermes Trismegisto, possuindo as três partes da filosofia do mundo" (Divino, Astral e Físico)
"O que disse da cooperação do Sol está realizado e aperfeiçoado"