Na Europa medieval, a principal fórmula para o conhecimento era: “Conhecimento = Escrituras x Lógica”. Para saber a resposta a uma questão importante, devemos ler as escrituras e usar nossa lógica para compreender o significado exato do texto.
A Revolução científica propôs uma fórmula bem diferente para conhecimento: “Conhecimento = Dados empíricos x Matemática”. Se quisermos saber a resposta para alguma questão, precisamos reunir dados empíricos relevantes e depois usar ferramentas matemáticas para analisá-los.
A fórmula científica do conhecimento leva a descobertas impressionantes, mas há um enorme senão: não pode lidar com questões de valor e de significado. Os sábios medievais podiam determinar com certeza que é errado matar e roubar e que o propósito da vida humana consiste em fazer a vontade de Deus, porque assim diziam as escrituras. Os cientistas não são capazes de chegar a tais juízos éticos. E a sociedade humana não é capaz de sobreviver sem esses juízos de valor.
Uma maneira de superar essa dificuldade seria continuar a usar a velha fórmula medieval em conjunção com o novo método científico. Então o humanismo ofereceu uma nova alternativa e a medida que os humanos adquiriam confiança em si mesmos, uma nova fórmula para alcançar um conhecimento ético se revelava: “Conhecimento = Experiências x Sensibilidade”. Se quisermos ter uma resposta a qualquer questão ética, precisamos nos conectar com nossas experiências interiores e observá-las com a máxima sensibilidade.
Na prática, isso significa que estamos em busca de conhecimento quando passamos anos reunindo experiências e aguçando nossa sensibilidade de modo a compreender corretamente essas experiências.
O que é exatamente uma “experiência”? Uma experiência é um fenômeno subjetivo que inclui “sensações, emoções e pensamentos”.
E o que é “sensibilidade”? É prestar atenção a minhas sensações, emoções e pensamentos, permitindo que exerçam influência sobre mim.
Experiências e sensibilidade se incrementam reciprocamente num ciclo interminável. Não sou capaz de experimentar nada se não tiver sensibilidade, assim como não sou capaz de desenvolver sensibilidade a menos que passe por uma variedade de experiências.
Assim, o humanismo vê a vida como um processo gradual de mudança interior, que parte da ignorância e chega à iluminação por meio de experiências.
O objetivo da nossa existência terrena é a “destilação da mais ampla experiência de vida possível para formar Sabedoria”.