sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

A Tradição da Atlântida

A origem da Rosacruz situa-se na mais remota antiguidade. Como ideal místico, foi na Atlântida que ela deu nascimento, pela primeira vez, a uma filosofia fundamentada nos mistérios da alma e do corpo. A civilização atlante tinha atingido um nível espiritual muito elevado e possuía uma tecnologia que, em certos aspectos, ainda não foi igualada por nossas civilizações mais modernas. Quanto aos valores morais que adotavam os habitantes desse continente desaparecido, estavam em conformidade com os ideais mais nobres e traduziam as virtudes mais puras que o homem pode expressar em seu comportamento. Mas a ambição e a busca do poder podem cegar os grandes, mesmo aqueles que conheceram a luz maior. E os atlantes degeneraram e soçobraram os abismos da ignorância. Como o próprio Platão relatou, a Atlântida causou seu próprio desaparecimento. Contudo, o grande cataclismo, o grande dilúvio (relatado na bíblia) que produziu por volta do ano 9000 a.C, não destruiu totalmente a Sabedoria de seus Sábios; apenas a fragmentou. A Tradição não foi tragada pelas águas. Seguiu a marcha do tempo e das gerações e, ao termo do mais longo êxodo que o homem já conheceu, ela refloresceu nos quatro cantos do mundo, dando origem às mais evoluídas civilizações antigas. Foi no solo sagrado dos Faraós que ela foi imortalizada para os séculos futuros. Disso as pirâmides e a esfinge de Gizeh são os testemunhos mais visíveis. Mas aqueles que tem olhos para ver enxergam além das aparências e os que tem ouvidos para ouvir escutam o que lhes murmura o vento do Egito. Após o grande cataclisma ocorrido na Atlântida, foi na terra do Egito que se concentrou a Sabedoria dos Sábios, servindo de farol para todas as civilizações futuras. Quando os descendentes dos sobreviventes da Atlântida chagaram ao Egito, outros povos já ali se encontravam. Por volta do ano 7000 a.C, ali viviam líbios, descendentes do homem primitivo da Europa, semitas vindos do país do Leste e núbios que tinham fugido do Sul. Os descendentes das gerações de atlantes se fixaram nas margens do Nilo, na planície de Gizeh, nas proximidades da região de El Fayoum. Graças ao saber que tinham recebido como legado de seus ancestrais, eles não tardaram em ser considerados deuses pelas populações locais. Com seu auxílio, eles erigiram a esfinge e as três grandes pirâmides, para que o Conhecimento Supremo ficasse gravado nas pedras e para que todos se lembrassem de que o homem um dia fora igual aos deuses. O sangue daqueles povos se misturou com o tempo, dando lugar a uma nova raça, o povo antigo do antigo Egito. Quando florescia no Egito uma civilização que marcaria para sempre a história da humanidade, uma outra civilização se desenvolvia na Mesopotâmia. Também esta terra foi visitada pelos descendentes atlantes, que lá encontraram um povo de pele morena, vindo do nordeste da Índia e se faziam chamar "Povo de Sumer", que significa "Cabeças Negras". Os textos mais antigos referem-se a eles como Sumérios, que já sabiam esculpir cobre, bronze e pedras preciosas. Em Ur, cidade de tijolos cercada por uma grande muralha, erguia-se o maior de seus Templos. Nos primeiros tempos da civilização suméria não havia rei, assim como não havia faraó na aurora da civilização egípcia. As cidades eram dirigidas por um conselho de sábios, que desempenhavam o papel de Sumos Sacerdotes. Eles governavam e ensinavam nos santuários, curavam os doentes, aplicavam a justiça e oficializavam a cada ano o calendário lunar. Junto com os egípcios, os sumérios foram os primeiros povos a deixar documentos escritos atestando seus prodigiosos conhecimentos nos mais diversos campos, como a agricultura, a arquitetura, a matemática, a geometria, a medicina, a astronomia e a teologia. Em nossos dias, fragmentos desse legado ainda estão sob a guarda de alguns.