quinta-feira, 23 de maio de 2019

A ação autônoma da natureza

Eu acredito que sem a presença do homem, assim como um grande maestro, a natureza agiria e se transformaria sozinha através de uma consciência "cega", como se fosse guiada por uma mão invisível e secreta que obedece aos ciclos das leis cósmicas que lhe são próprias.
É só observar as fontes de água, os riachos cavando seus trajetos, a lua influenciando as marés, o mar evaporando para produzir chuvas, as plantas cobrindo a terra, animais migrando sazonalmente longas distâncias em busca de alimento e para se reproduzir, etc.
Todas estas ações seguem uma sincronização coordenada de um reino a outro e de uma espécie a outra, de maneira a manter o equilíbrio harmonioso da biodiversidade integral da natureza. A natureza é o mais belo dos santuários por sua expressão viva e consciente das leis divinas.
O ser humano, colocado para administrar essas riquezas, na maioria das vezes não cumpre o seu papel e, por ser muito egoísta, as explora de forma não sustentável.
Não é segredo para ninguém: a natureza foi perturbada e, por extensão, nossa mãe Terra está doente sob o efeito da ação do homem.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

O teclado dos 5 sentidos

Embora o homem, há milênios, tenha se esforçado para ampliar sua percepção pelo uso dos sentidos, a cultura da civilização humana, no fundo, ainda é tocada no teclado dos cinco sentidos. Seja qual for o grau de afinação desse teclado, os cinco sentidos serão sempre limitados, pois pertencem apenas ao plano físico. Não nos apercebemos que a natureza colocou outras teclas nesse teclado, de intensidade completamente diferente a serem explorados.
Se os humanos procurarem só acumular e amplificar sensações físicas, mais cedo ou mais tarde, ficarão decepcionados com a limitação desses sentidos. Temos a capacidade de olhar tudo, comprar tudo e, mesmo assim, continuamos insatisfeitos com o que possuímos, por não conhecermos a plenitude.
Há orientais que cavam buracos na terra e ali se isolam para ficarem em silêncio absoluto, quando os cinco sentidos, através da meditação, são adormecidos. Eles paralisam todo o movimento, ficando só o pensamento. Em seguida param também o pensamento, ficando em comunhão total com o universo e a divindade.
Como já dizia Saint Exupery: “Só se vê com o coração; o essencial é invisível para os olhos”.