sábado, 27 de maio de 2017

A ação autônoma da natureza

Eu acredito que sem a presença do homem, assim como um grande maestro, a natureza agiria e se transformaria sozinha através de uma consciência "cega", como se fosse guiada por uma mão invisível e secreta que obedece aos ciclos das leis cósmicas que lhe são próprias. É só observar as fontes de água, os riachos cavando seus trajetos, a lua influenciando as marés, o mar evaporando para produzir chuvas, as plantas cobrindo a terra, animais migrando sazonalmente longas distâncias em busca de alimento e para se reproduzir, etc. Todas estas ações seguem uma sincronização coordenada de um reino a outro e de uma espécie a outra, de maneira a manter o equilíbrio harmonioso da biodiversidade integral da natureza. A natureza é o mais belo dos santuários por sua expressão viva e consciente das leis divinas. O ser humano, colocado para administrar essas riquezas, na maioria das vezes não cumpre o seu papel e, por ser muito egoísta, as explora de forma não sustentável. Não é segredo para ninguém: a natureza foi perturbada e, por extensão, nossa mãe Terra está doente sob o efeito da ação do homem.

terça-feira, 16 de maio de 2017

O que é Igualdade?

"Todos os homens são iguais", essa é a ideia que domina como a fórmula, fora da qual não poderia haver salvação. Mas a Igualdade verdadeira deveria ser definida por uma constante matemática, resultante da Lei universal de ordem e harmonia, ou seja, ela é Espiritual e filha da Fraternidade. Fala-se frequentemente nos direitos do homem, mas bem pouco nos deveres. Existem ligas para defesa desses direitos, anunciadas em todas as escolas, esquecendo-se muitas vezes dos deveres de contrapartida. A Igualdade entre os homens é na realidade a relação entre o direito e o dever. Essa relação é absolutamente invariável e por isso os homens são mesmo iguais. Eu explico: vocês sabem que a relação entre a circunferência e seu raio, expressa em matemática pela letra Pi, é sempre constante. O mesmo acontece com o homem, seu direito é a circunferência, pois o direito é o limite que o homem não pode ultrapassar e seu dever é o raio. Todo direito deve ser proporcional ao seu dever na sociedade em que vivemos. À medida que os direitos de um homem aumentam, seus deveres crescem na mesma proporção. Tudo no universo está baseado na ordem e na harmonia. E na sociedade não poderia ser diferente, para que a ordem e a harmonia existam, a relação entre os direitos e os deveres precisa estar em equilíbrio perfeito.

Os Gaúchos

"Os gaúchos"
O Brasil tem milhões de brasileiros que gastam sua energia distribuindo ressentimentos passivos.
Olham o escândalo na televisão e exclamam 'que horror'.
Sabem do roubo do político e falam 'que vergonha'.
Veem a fila de aposentados ao sol e comentam 'que absurdo'.
Assistem a uma quase pornografia no programa dominical de televisão e dizem 'que baixaria'.
Assustam-se com os ataques dos criminosos e choram 'que medo'. E pronto! Pois acho que precisamos de uma transição 'neste país'.
Do ressentimento passivo à participação ativa'.
Pois recentemente estive em Porto Alegre, onde pude apreciar atitudes com as quais não estou acostumado, paulista/paulistano que sou.
Um regionalismo que simplesmente não existe na São Paulo que, sendo de todos, não é de ninguém. No Rio Grande do Sul, palestrando num evento do Sindirádio, uma surpresa.
Abriram com o Hino Nacional. Todos em pé, cantando.
Em seguida, o apresentador anunciou o Hino do Estado do Rio Grande do Sul.
Fiquei curioso. Como seria o hino?
Começa a tocar e, para minha surpresa, todo mundo cantando a letra!
'Como a aurora precursora / do farol da divindade, / foi o vinte de setembro / o precursor da liberdade '.
Em seguida um casal, sentado do meu lado, prepara um chimarrão. Com garrafa de água quente e tudo. E oferece aos que estão em volta.
Durante o evento, a cuia passa de mão em mão, até para mim eles oferecem.
E eu fico pasmo. Todos colocando a boca na bomba, mesmo pessoas que não se conhecem. Aquilo cria um espírito de comunidade ao qual eu, paulista, não estou acostumado.
Desde que saí de Bauru, nos anos setenta, não sei mais o que é 'comunidade'.
Fiquei imaginando quem é que sabe cantar o hino de São Paulo. Aliás, você sabia que
São Paulo tem hino? Pois é... Foi então que me deu um estalo.
Sabe como é que os 'ressentimentos passivos' se transformarão em participação ativa?
De onde virá o grito de 'basta' contra os escândalos, a corrupção e o deboche que tomaram conta do Brasil? De São Paulo é que não será.
Esse grito exige consciência coletiva, algo que há muito não existe em São Paulo. Os paulistas perderam a capacidade de mobilização. Não têm mais interesse por sair às ruas contra a corrupção.
São Paulo é um grande campo de refugiados, sem personalidade, sem cultura própria, sem 'liga'.
Cada um por si e o todo que se dane. E isso é até compreensível numa cidade com 12 milhões de habitantes.
Penso que o grito - se vier - só poderá partir das comunidades que ainda têm essa 'liga'. A mesma que eu vi em Porto Alegre.
Algo me diz que mais uma vez os gaúchos é que levantarão a bandeira. Que buscarão em suas raízes a indignação que não se encontra mais em São Paulo.
Que venham, pois. Com orgulho me juntarei a eles. De minha parte, eu acrescentaria, ainda:
'...Sirvam nossas façanhas, de modelo a toda terra...
'"ARNALDO JABOR SOBRE OS GAÚCHOS"

segunda-feira, 1 de maio de 2017

O sopro da vida

Eu acredito que quando o sopro da vida é insuflado no corpo, ao nascimento, o homem se torna uma personalidade vivente, um segmento da alma universal que habita um veículo mortal para diversas finalidades e experiências terrestres. Como todo ser vivo, o homem evolui no plano físico com modificações que interferem em sua morfologia desde o seu nascimento, desenvolvendo-se segundo ciclos baseados no nº 7. Sabe-se que certas células são inteiramente renovadas a cada 7 minutos, outras a cada 7 horas, outras a cada 7 dias, etc. Essa lei da evolução não é reconhecida oficialmente pela ciência, mas sempre foi admitida pelos místicos rosacruzes, renovando e regenerando o nosso corpo físico a cada 7 anos. Além disso, essa renovação e renegeração cíclica é acompanhada por uma evolução gradual de nosso comportamento psicológico. É isso que caracteriza nossas fases de vida, desde a infância, passando pela adolescência e maturidade, até a velhice.

Os teclados dos sentidos

Embora o homem, há milênios, tenha se esforçado para ampliar sua percepção pelo uso dos sentidos, a cultura da civilização humana, no fundo, ainda é tocada no teclado dos cinco sentidos. Seja qual for o grau de afinação desse teclado, os cinco sentidos serão sempre limitados, pois pertencem apenas ao plano físico. Não nos apercebemos que a natureza colocou outras teclas nesse teclado, de intensidade completamente diferente a serem explorados. Se os humanos procurarem só acumular e amplificar sensações físicas, mais cedo ou mais tarde, ficarão decepcionados com a limitação desses sentidos. Temos a capacidade de olhar tudo, comprar tudo e, mesmo assim, continuamos insatisfeitos com o que possuímos, por não conhecermos a plenitude. Há orientais que cavam buracos na terra e ali se isolam para ficarem em silêncio absoluto, quando os cinco sentidos, através da meditação, são adormecidos. Eles paralisam todo o movimento, ficando só o pensamento. Em seguida param também o pensamento, ficando em comunhão total com o universo e a divindade.